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Venezuela diz que haverá indenização
Chávez anuncia que pretende nacionalizar o gás; planos incluem mudar direitos de propriedade e limitar lucro bancário
"Não vamos fazer nada ilegal, vamos negociar", diz Ricardo Sanguino, presidente da Comissão de Finanças da Assembléia
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, negociará acordos com as empresas que deverão ser nacionalizadas, informou ontem um parlamentar da
base governista.
"Não vamos fazer nada ilegal.
Vamos negociar", disse ontem
Ricardo Sanguino, presidente
da Comissão de Finanças da
Assembléia Nacional. "Sempre
haverá compensação."
Chávez anunciou nesta semana a nacionalização da
Cantv, principal empresa de telecomunicações do país, e de
empresas do setor elétrico.
No entanto, apenas a Cantv
foi citada por Chávez como empresa passível de nacionalização. Sanguino se recusou a citar
outras empresas, mas disse que
os acionistas serão respeitados.
A nacionalização é apenas a
mais visível das reformas econômicas anunciadas apenas em
linhas gerais por Chávez para o
novo mandato, iniciado ontem.
O venezuelano planeja também retirar a autonomia do
Banco Central, mudar os direitos de propriedade ampliando
o conceito de propriedade coletiva, limitar a lucratividade de
bancos, instituições de saúde e
educacionais e aumentar ainda
mais a presença do Estado na
atividade petrolífera.
Ontem, a Bolsa de Valores de
Caracas subiu 5,76%, uma leve
recuperação da queda de
18,66% no dia anterior. A Bolsa
não é o termômetro da economia venezuelana, movida pela
produção petroleira.
Em outro anúncio sobre o
que pretende implementar no
novo mandato, Chávez recomendou ontem que o Estado
assuma os projetos de gás natural. Atualmente, a legislação venezuelana permite que empresas estrangeiras controlem
projetos com esse combustível.
No discurso, Chávez disse
que a Constituição "reserva as
atividades de petróleo [para o
Estado], mas não o gás".
A medida afetaria empresas
como Chevron e a Statoil. A Petrobras tem planos de desenvolver projetos de gás no país.
Carta do PT
O PT enviou uma carta ontem a Chávez parabenizando-o
pela posse de ontem, mas sem
referências diretas aos recentes
anúncios feitos pelo venezuelano. O texto é assinado por Ricardo Berzoini, presidente do
partido, e por Marco Aurélio
Garcia, vice-presidente do PT e
assessor internacional de Lula,
entre outros dirigentes.
"Estamos seguros de que seu
governo e o governo do presidente Lula consolidarão o processo de integração dos povos
que, desde o Mercosul e a Comunidade Sul-americana das
Nações, estão transformando
nossa América em um continente de luta por justiça, paz e
democracia", diz a carta.
Com agências internacionais
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