São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Hugo Chávez recebe ex-reféns em Caracas

Venezuelano articulou operação após ser excluído de mediação por Bogotá; ação foi mais sigilosa que a de dezembro

Seqüestradas devem voltar para Bogotá com familiares ainda hoje; presidente reclama de "torcida pelo fracasso" da libertação

CLAUDIA JARDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CARACAS

Ao som dos hinos nacionais da Colômbia e da Venezuela, Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo foram recebidas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para quem as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) prometeram entregar as duas reféns há quase quatro semanas.
Assim que chegaram ao Palácio Miraflores, sede do governo, o presidente venezuelano abraçou as duas mulheres, cumprimentou seus familiares e tomou em seus braços a neta de Consuelo, María Juliana, 2. A ex-refém carregou o neto mais novo de Chávez.
"Muita gente estava jogando pelo fracasso desta operação (...) Nós assumimos a responsabilidade perante o mundo", afirmou o presidente no momento em que os helicópteros que transportavam as duas mulheres estavam por aterrissar em território venezuelano.
A reunião com as famílias não durou mais de vinte minutos. Clara e Consuelo passariam sua primeira noite em liberdade em Caracas e deveriam retornar à Colômbia hoje.
Após quase seis anos em cativeiro, Clara Rojas e Consuelo González foram colocadas em liberdade ontem. Três horas depois do libertação, foram recebidas no aeroporto internacional de Maiquetia, em Caracas, onde seus familiares as esperavam com flores e lágrimas.
Consuelo González reuniu-se com as duas filhas e a neta, que a ex-congressista ainda não conhecia. "É o melhor dia da minha vida, é uma felicidade que não posso descrever", disse María Fernanda Perdomo, filha de Consuelo, minutos após reencontrar a sua mãe. "Isso não termina aqui. Vamos continuar trabalhando para que todos que estão na selva sejam colocados em liberdade", disse.
Clara Rojas, que deixou o cativeiro sem o filho Emmanuel, 3, foi recebida por sua mãe, Clara González de Rojas, que desde o dia 27 a aguarda em Caracas, junto com os outros familiares, o desenlace do seqüestro.

Operação
A operação para pegar as reféns foi muito mais sigilosa e discreta do que a frustrada tentativa anterior. Pouco antes da chegada de Rojas e González, o canal estatal Telesur transmitiu as imagens do momento em que quatro guerrilheiros das Farc entregaram as reféns à comissão de libertação.
O ministro venezuelano Ramon Rodríguez Chacín, que coordenou a operação, passou a Rojas um telefone para que ela conversasse com o presidente Hugo Chávez. "Agradecemos com a alma (...) Estamos voltando a nascer", disse a Chávez.
Foi Chávez quem anunciou a libertação das reféns, no início da tarde. "Saudei um membro das Farc, saudei Clara e Consuelo, (...) que estão em boas condições", disse Chávez.


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