São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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"Gostaria de buscar Emmanuel já", afirma Rojas

DO ENVIADO A BOGOTÁ

Em sua primeira entrevista após a libertação, a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas disse que quer reaver o mais rápido possível o seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro. Ela afirmou que não tem notícias sobre sua companheira de chapa, Ingrid Betancourt, com quem foi seqüestrada em fevereiro de 2002.
"Eu gostaria de buscar já o Emmanuel", disse Rojas, em entrevista à rádio colombiana Caracol, desde Caracas. "Nasceu em 16 de abril do ano 2004. Era o pequenininho, o mais bonito, seu sorriso me impactou. Era lindo. É que não posso ser objetiva porque é meu filho, sou a sua mãe", disse Rojas, em tom eufórico.
"O momento do parto foi difícil, não dilatei. Fizeram uma cesariana e fiquei 40 dias de recuperação, sem me mover, sem poder me levantar da cama", lembrou. Rojas confirmou que "seu bracinho se quebrou no momento de nascer". Atualmente, Emmanuel não consegue fechar uma das mãos e terá de passar pela segunda intervenção cirúrgica.
Rojas disse que não tem notícias sobre o pai de Emmanuel, um guerrilheiro das Farc identificado apenas Juan David, conhecido por "Rigo".
A ex-candidata afirmou que ficou com Emmanuel por apenas oito meses, quando foram separados pelas Farc. Ela contou que Betancourt conheceu a criança e lhe fez a sua primeira roupa. "Eu trago essa primeira roupinha na minha maleta de recordações." Rojas disse que foi separada de Betancourt após dois anos de seqüestro e que não tem notícias dela há três anos.
Com relação à separação da criança, disse: "a primeira surpreendida fui eu". "Disseram-me para não me preocupar com o menino. Escrevi a [Manuel] Marulanda [líder máximo das Farc], ao Secretariado [cúpula da guerrilha] e à Cruz Vermelha para que o menino fosse entregue à minha mãe. Eu sempre estive muito preocupada em saber onde estava o menino."
Sobre o nome da criança, a ex-candidata disse que se chama Emmanuel "porque é uma benção de Deus para nós".
A recém-liberada disse que um momento difícil foi a despedida dos demais seqüestrados: "Eles ficaram muito tristes, foi uma imagem desoladora a despedida dos companheiros de seqüestro".
Perto do final da entrevista, Rojas se dirigiu ao seu país: "Quero dizer que os amo, os levo na alma, os amo pela solidariedade, pelo carinho com a minha mãe, com o meu filho. Quero ser receptiva a esse amor e amo o meu país". (FM)


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