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"Gostaria de buscar Emmanuel já", afirma Rojas
DO ENVIADO A BOGOTÁ
Em sua primeira entrevista
após a libertação, a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas
disse que quer reaver o mais rápido possível o seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro.
Ela afirmou que não tem notícias sobre sua companheira de
chapa, Ingrid Betancourt, com
quem foi seqüestrada em fevereiro de 2002.
"Eu gostaria de buscar já o
Emmanuel", disse Rojas, em
entrevista à rádio colombiana
Caracol, desde Caracas. "Nasceu em 16 de abril do ano 2004.
Era o pequenininho, o mais bonito, seu sorriso me impactou.
Era lindo. É que não posso ser
objetiva porque é meu filho,
sou a sua mãe", disse Rojas, em
tom eufórico.
"O momento do parto foi difícil, não dilatei. Fizeram uma
cesariana e fiquei 40 dias de recuperação, sem me mover, sem
poder me levantar da cama",
lembrou. Rojas confirmou que
"seu bracinho se quebrou no
momento de nascer". Atualmente, Emmanuel não consegue fechar uma das mãos e terá
de passar pela segunda intervenção cirúrgica.
Rojas disse que não tem notícias sobre o pai de Emmanuel,
um guerrilheiro das Farc identificado apenas Juan David, conhecido por "Rigo".
A ex-candidata afirmou que
ficou com Emmanuel por apenas oito meses, quando foram
separados pelas Farc. Ela contou que Betancourt conheceu a
criança e lhe fez a sua primeira
roupa. "Eu trago essa primeira
roupinha na minha maleta de
recordações." Rojas disse que
foi separada de Betancourt
após dois anos de seqüestro e
que não tem notícias dela há
três anos.
Com relação à separação da
criança, disse: "a primeira surpreendida fui eu". "Disseram-me para não me preocupar com
o menino. Escrevi a [Manuel]
Marulanda [líder máximo das
Farc], ao Secretariado [cúpula
da guerrilha] e à Cruz Vermelha para que o menino fosse entregue à minha mãe. Eu sempre
estive muito preocupada em
saber onde estava o menino."
Sobre o nome da criança, a
ex-candidata disse que se chama Emmanuel "porque é uma
benção de Deus para nós".
A recém-liberada disse que
um momento difícil foi a despedida dos demais seqüestrados:
"Eles ficaram muito tristes, foi
uma imagem desoladora a despedida dos companheiros de
seqüestro".
Perto do final da entrevista,
Rojas se dirigiu ao seu país:
"Quero dizer que os amo, os levo na alma, os amo pela solidariedade, pelo carinho com a minha mãe, com o meu filho. Quero ser receptiva a esse amor e
amo o meu país".
(FM)
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