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Bope fará "viagem de instrução" ao Haiti
Força de elite da Polícia Militar do Rio planeja troca de experiência com força de estabilização da ONU
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
O Bope (Batalhão de Operações Especiais) negocia com o
Ministério da Defesa viagem ao
Haiti, onde militares brasileiros atuam na segurança pública
na capital, Porto Príncipe, dentro de uma missão de estabilização da da ONU.
Integrantes da elite da Polícia Militar do Rio devem ir ao
país caribenho junto com policiais da Core (Coordenadoria
de Recursos Especiais), considerada a elite da polícia civil no
Rio de Janeiro, para aprender
com o dia-a-dia do país e observar o uso de novas tecnologias.
O Bope, que ficou conhecido
em todo o Brasil com o filme
"Tropa de Elite", tem interesse
em estudar as tecnologias de
informação e defesa usadas no
Haiti. A idéia da viagem, que
deve durar dez dias e ainda não
tem data prevista, surgiu quando membros da Missão das Nações Unidas para Estabilização
do Haiti (Minustah) estiveram
no Rio, no ano passado, para
conhecer o trabalho do Bope.
Troca de experiências
O tenente-coronel Pinheiro
Neto, comandante do Bope,
confirmou a ida ao Haiti, o que
ele chamou de "visita de instrução", para uma "troca de experiências". Mas disse que ainda
não há nada oficial a respeito da
viagem.
Segundo o comandante, o
Bope tem contato com a missão
desde 2005, e o projeto da viagem surgiu da troca de informações com as "Forças", que
estiveram no Rio em outubro
do ano passado, quando o comandante soube da existência
no Haiti de um batalhão que
usa tecnologia de informação
de última geração.
Além do comandante, mais
quatro oficiais do Bope, cinco
policiais da Core e dois da Secretaria de Segurança Pública
devem integrar o grupo.
Um ofício foi enviado há poucos dias ao Ministério da Defesa, segundo a Secretaria de Segurança. A previsão é que a viagem ocorra depois do Carnaval.
A Minustah, que conta hoje
como 7.060 soldados, chegou
ao Haiti em 2004 com a missão
de estabilizar o país após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, que se seguiu a
violentos protestos de rua.
Em fevereiro de 2006, os haitianos elegeram René Préval
presidente, mas por decisão do
CS da ONU a missão continuou
no país, tomado por uma onda
de crimes de gangues e seqüestros que só no ano passado arrefeceu.
O Brasil tem hoje cerca de
1.200 homens no país e lidera
militarmente a missão, da qual
participam ainda, entre outros,
Chile, Argentina, Uruguai e Canadá. Em setembro do ano passado, o ministro Nelson Jobim
(Defesa) esteve no Haiti e chegou a discutir a possibilidade de
aumentar o efetivo para atuar
na reconstrução da infra-estrutura do país -o mais pobre da
região.
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