São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Bope fará "viagem de instrução" ao Haiti

Força de elite da Polícia Militar do Rio planeja troca de experiência com força de estabilização da ONU

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

O Bope (Batalhão de Operações Especiais) negocia com o Ministério da Defesa viagem ao Haiti, onde militares brasileiros atuam na segurança pública na capital, Porto Príncipe, dentro de uma missão de estabilização da da ONU.
Integrantes da elite da Polícia Militar do Rio devem ir ao país caribenho junto com policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), considerada a elite da polícia civil no Rio de Janeiro, para aprender com o dia-a-dia do país e observar o uso de novas tecnologias.
O Bope, que ficou conhecido em todo o Brasil com o filme "Tropa de Elite", tem interesse em estudar as tecnologias de informação e defesa usadas no Haiti. A idéia da viagem, que deve durar dez dias e ainda não tem data prevista, surgiu quando membros da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) estiveram no Rio, no ano passado, para conhecer o trabalho do Bope.

Troca de experiências
O tenente-coronel Pinheiro Neto, comandante do Bope, confirmou a ida ao Haiti, o que ele chamou de "visita de instrução", para uma "troca de experiências". Mas disse que ainda não há nada oficial a respeito da viagem.
Segundo o comandante, o Bope tem contato com a missão desde 2005, e o projeto da viagem surgiu da troca de informações com as "Forças", que estiveram no Rio em outubro do ano passado, quando o comandante soube da existência no Haiti de um batalhão que usa tecnologia de informação de última geração.
Além do comandante, mais quatro oficiais do Bope, cinco policiais da Core e dois da Secretaria de Segurança Pública devem integrar o grupo.
Um ofício foi enviado há poucos dias ao Ministério da Defesa, segundo a Secretaria de Segurança. A previsão é que a viagem ocorra depois do Carnaval.
A Minustah, que conta hoje como 7.060 soldados, chegou ao Haiti em 2004 com a missão de estabilizar o país após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, que se seguiu a violentos protestos de rua.
Em fevereiro de 2006, os haitianos elegeram René Préval presidente, mas por decisão do CS da ONU a missão continuou no país, tomado por uma onda de crimes de gangues e seqüestros que só no ano passado arrefeceu.
O Brasil tem hoje cerca de 1.200 homens no país e lidera militarmente a missão, da qual participam ainda, entre outros, Chile, Argentina, Uruguai e Canadá. Em setembro do ano passado, o ministro Nelson Jobim (Defesa) esteve no Haiti e chegou a discutir a possibilidade de aumentar o efetivo para atuar na reconstrução da infra-estrutura do país -o mais pobre da região.


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