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INVESTIGAÇÃO
Henri Paul, que também morreu no acidente, é apontado como o único responsável pela morte da princesa
Inquérito do caso Diana culpa motorista
ISABEL CLEMENTE
de Londres
Nenhuma pessoa será processada pelas mortes da princesa Diana
e de seu namorado, Dodi al Fayed,
em agosto de 97, em acidente de
carro num túnel de Paris.
Essa foi a conclusão da investigação conduzida pelo juiz francês
Hervé Stephan, que levou 16 meses, sobre as circunstâncias do trágico acidente, informou ontem o
jornal "Sunday Mirror".
O único possível culpado pelo
acidente seria o motorista Henri
Paul, que também está morto, diz
o relatório citado pelo jornal.
Apenas três dos paparazzi que
perseguiam o Mercedes no qual estavam a princesa e Dodi serão julgados, por "falharem no atendimento aos acidentados e obstruírem o atendimento de emergência". São eles os primeiros três fotógrafos que chegaram à cena do
acidente.
A investigação isenta de culpa os
funcionários do Hotel Ritz, pertencente a Mohamed al Fayed, pai
de Dodi. Eles estavam sendo acusados de negligência por permitir
que Henri Paul, um motorista que
não tinha a licença especial exigida
na França para dirigir o Mercedes,
assumisse a direção do carro.
Também não serão incriminados os donos da firma que alugou o
carro para o hotel. A acusação seria
"arriscar a vida de outros" por não
fornecer um motorista qualificado
para o trabalho.
Foram encontradas substâncias
antidepressivas no sangue do motorista, assim como o triplo da
quantidade de álcool aceita pela lei
francesa.
Diz o jornal também que a velocidade em que estava o Mercedes
na hora do acidente era o dobro da
permitida por lei.
Segundo o relatório, houve apenas "um leve esbarrão" entre o
Mercedes e um Fiat Uno branco,
que, segundo indícios colhidos na
época do acidente, poderia ter
atrapalhado o motorista.
Henri Paul e Dodi morreram na
hora; a princesa Diana, mais de
três horas depois, já no hospital.
O guarda-costas da princesa,
Trevor Rees-Jones, o único sobrevivente, ainda sofre de lapsos de
memória.
O advogado de Rees-Jones,
Christian Curtil, lamentou a conclusão das investigações. "Foram
16 meses para se chegar a absolutamente nada. É muito triste", disse.
Um dos fotógrafos que escapou
das acusações, Nicolas Arsov, 31,
disse ao "Sunday Mirror" que seus
colegas são "bodes expiatórios de
um julgamento show", porque
"estavam apenas cumprindo com
seus trabalhos".
O advogado de um outro paparazzi, Romuald Rat, que assumiu
ter tirado fotos enquanto Diana
sangrava, disse que "ele não fez nada de errado".
Segundo o jornal, a investigação,
que resultou em um dossiê de
5.000 páginas, custou mais de US$
10 milhões. Cerca de 160 testemunhas foram ouvidas.
O relatório das investigações será
submetido aos advogados das partes envolvidas. Eles terão três semanas para apelar. Mais interrogatórios deverão ser realizados antes do encaminhamento das intimações aos indiciados.
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