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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003

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EUA não podem recuar, diz Kissinger

DA REDAÇÃO

O ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger (1973-1977), uma das vozes mais influentes em política externa do Partido Republicano, disse ontem, em artigo no "The Washington Post", que, se os EUA recuarem de um ataque ao Iraque, terá sua credibilidade comprometida.
"Se a crise terminar sem uma mudança de regime em Bagdá, se os EUA mandaram 200 mil tropas para a região e depois decidirem retirá-las sem ter alcançado mais do que uma contenção nebulosa de um regime que desobedeceu diretrizes da ONU por mais de uma década, a credibilidade do poder americano na guerra contra o terrorismo e das relações internacionais americanas serão gravemente, talvez irreparavelmente, prejudicadas", escreveu o ex-secretário de Estado.
No artigo, Kissinger analisou as divisões existentes na Otan. Segundo ele, a aliança militar vive sua maior crise desde que foi criada, há cinco décadas, após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Segundo Kissinger, se o ditador iraquiano, Saddam Hussein, continuar no poder, baseado na idéia de que cumpriu satisfatoriamente as resoluções que exigem seu desarmamento ou de que não há provas de que ainda possua armas de destruição em massa, as consequências serão graves.
"As sanções [econômicas] serão levantadas ou substancialmente enfraquecidas. O Iraque surgirá então como o país mais rico da região e possuirá armas de destruição em massa não declaradas ou desenvolvidas com os recursos obtidos após o levantamento das sanções", disse Kissinger.


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