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IRAQUE NA MIRA
Em carta à ONU, iraquianos dizem aceitar o uso de aviões de monitoramento U-2 no trabalho dos inspetores
Bagdá anuncia mais concessões à ONU
DA REDAÇÃO
O Iraque enviou ontem uma
carta aos inspetores de armas da
ONU em que aceita o uso de
aviões de monitoramento U-2 e
disse que pretende aprovar uma
lei, na semana que vem, proibindo o uso de armas de destruição
em massa, segundo o embaixador
iraquiano na ONU.
"Agora, os inspetores estão livres para usar os U-2 americanos,
assim como os aviões franceses e
os russos", afirmou o embaixador
Mohamed al Douri.
A permissão para que os U-2
pudessem ajudar a monitorar o
Iraque era uma das principais reivindicações dos inspetores de armas da ONU, além da aprovação
da lei contra o uso de armas de
destruição em massa.
O ditador do Iraque, Saddam
Hussein, disse que os aviões americanos e britânicos que patrulham as zonas de exclusão aérea
impostas no Iraque não deveriam
lançar ataques contra o país durante os vôos do U-2.
Não estava claro se Saddam impunha uma condição para a realização dos vôos, mas o embaixador Al Douri disse que a carta enviada aos inspetores de armas não
continha nenhuma precondição.
O Iraque havia dito anteriormente que não podia garantir a
segurança dos U-2 enquanto
aviões estrangeiros patrulhassem
as zonas de exclusão aérea.
Os EUA afirmaram que a aprovação dos vôos não muda o fato
de que Bagdá deve se desarmar.
Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca, disse que "o presidente
[George W. Bush] está interessado no desarmamento [do Iraque]". Até o momento, o Iraque vinha proibindo a utilização de
aviões U-2 -considerados importantes para a procura de armas de destruição em massa.
O chanceler britânico, Jack
Straw, deve dizer hoje, em discurso divulgado ontem, que "nem
100 mil inspetores poderão desarmar o Iraque se Saddam não
cumprir as demandas da ONU".
Al Douri entregou a carta ao escritório da ONU administrado
pelo sueco Hans Blix, responsável
pelas inspeções de armas químicas e biológicas.
Anteontem, Blix disse ter percebido "o início de uma atitude séria
na direção de uma cooperação
mais substancial". Ele e o diretor
da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed El Baradei, reuniram-se em Bagdá, no final de semana, com autoridades iraquianas para pedir mais colaboração.
Na sexta-feira, Blix e Baradei
apresentarão seus relatórios sobre
as inspeções ao Conselho de Segurança (CS) da ONU. Se disserem que o Iraque não está colaborando, os EUA e seu principal
aliado, o Reino Unido, terão mais
força para pressionar o CS a aprovar uma nova resolução autorizando o uso da força. Mas, se disserem que o Iraque mudou de atitude, França, Rússia e China terão mais argumentos para defender a
continuação das inspeções. Os
cinco são membros permanentes
do CS, com direito a veto.
Um grupo de especialistas em
mísseis se reuniu em Nova York
ontem para analisar as informações obtidas por Blix a respeito de
dois mísseis cujo alcance ultrapassa o permitido pela ONU.
Membros da ONU informaram
que Blix está buscando informações técnicas e legais adicionais
para utilizar em seu relatório.
O chefe dos inspetores que deve
dizer ao CS que os mísseis são ilegais. Se ele fizer isso, cabe ao CS
decidir o que fazer, mas fontes ligadas à ONU dizem que os EUA
devem usar a violação como argumento para defender o desarmamento do Iraque à força.
Com agências internacionais
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