São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RECONCILIAÇÃO

Londres e Trípoli normalizam relações, com aprovação dos EUA

Blair se encontrará com Gaddafi

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tem a intenção de se encontrar proximamente com o ditador líbio, Muammar Gaddafi, como forma de reconhecer a reinserção da Líbia na comunidade internacional. Ela anunciou, em dezembro, o projeto de abandonar seus programas de produção de armas de destruição em massa.
"Esperamos que a data do encontro [não se sabe se ele ocorrerá em Londres ou em Trípoli] seja acertada em breve", disse Jack Straw, chanceler do Reino Unido.
Gaddafi, que procura acabar com a imagem da Líbia de um "Estado delinqüente" e adepto do terrorismo, designação dada por Washington, recebeu ontem o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
A Itália manteve a Líbia como protetorado entre 1911 e 1941 e ainda é hoje seu principal parceiro comercial na Europa.
Berlusconi foi o primeiro governante ocidental a visitar a Líbia desde que a ONU suspendeu, em 2003, as sanções econômicas contra o país, também acusado de ter derrubado dois aviões civis de passageiros, um DC-10 francês da UTA e um Boeing-747 norte-americano da Pan Am. Familiares das vítimas dos dois atentados, ocorridos no final dos anos 80, foram indenizados em janeiro último.
O anúncio de que Blair e Gaddafi se encontrariam foi feito em Londres, onde o chanceler líbio, Abdel Rahman Shalqam, foi recebido pelo primeiro-ministro, no primeiro contato de alto nível entre os dois governos desde 1969.
O Reino Unido negociou com a Líbia o abandono, anunciado a 19 de dezembro, de seus programas nuclear e de outras armas proibidas. Segundo Jack Straw, o regime de Trípoli estava "cooperando plenamente" com os inspetores internacionais credenciados para vistoriar suas instalações.
Straw também disse ontem que a Líbia se comprometeu finalmente a identificar os responsáveis pela morte de uma policial britânica, em 1984, atingida por disparos de dentro da embaixada líbia em Londres, quando os seguranças líbios do prédio tentaram dissolver uma passeata de opositores a Gaddafi.
A reconciliação oficial entre o Reino Unido e a Líbia foi acompanhada de perto pelos EUA. Diplomatas americanos participaram desde sexta, em Londres, das negociações preparatórias à visita do chanceler líbio.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Iraque ocupado: Atentado em delegacia mata ao menos 50
Próximo Texto: Acidente: Queda de avião iraniano mata 43 nos Emirados
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.