|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CHINA
Voto é necessário, diz vice-ministro
Taiwan quer mandato popular para negociar
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
O governo de Taiwan precisa de
um mandato popular para poder
negociar uma proposta de integração com a China "com base na
aceitação mútua da paridade e
dos princípios democráticos", de
acordo com Chen Ming-tong, vice-ministro taiwanês para Assuntos sobre a China Continental.
"Um Estado soberano não precisa tornar-se independente novamente. Já somos independentes, imprimimos moeda, temos
Forças Armadas etc. Queremos
ter relações pacíficas com a China,
pois isso é a base da estabilidade
no estreito de Taiwan. Não resolveremos nossas diferenças militarmente", afirmou Chen, em entrevista coletiva realizada em São
Paulo. Segundo ele, Taiwan é um
Estado reconhecido por 26 países.
Para Chen, se os dirigentes taiwaneses conseguirem obter um
mandato popular no referendo de
20 de março próximo -dia em
que também ocorrerá a eleição
presidencial-, a China será obrigada a "tornar-se mais realista,
analisando a proposta de aproximação política de Taipé".
Pequim, que considera Taiwan
uma "Província rebelde", classificou de "uma provocação" a iniciativa do presidente Chen Shui-bian de convocar um referendo.
Este perguntará aos eleitores se
eles crêem que seja necessário que
Taiwan reforce sua defesa antimísseis se a China não aceitar retirar seus mísseis que estão apontados para a ilha e se eles concordam em que Taipé busque negociar a paz com Pequim.
Questionado pela Folha sobre a
dificuldade em negociar com o
governo comunista chinês "com
base na aceitação mútua da paridade e dos princípios democráticos", Chen disse que Taipé também pretende "encorajar uma
mudança de regime" na China.
"Trata-se de um processo lento,
mas, no futuro, pretendemos negociar com Pequim diferentes
possibilidades de integração. Porém o status de Hong Kong ["um
Estado, dois sistemas"] é inaceitável, visto que já somos independentes", afirmou o vice-ministro.
De acordo com ele, há duas
frentes a serem exploradas. Primeiro, os interesses comerciais da
China deverão motivar Pequim a
aceitar discutir temas políticos.
"Os chineses são muito bons em
negociações que misturam questões econômicas com políticas.
Eles querem fechar acordos de livre comércio, de liberação do uso
do espaço aéreo e de aproximação
dos serviços postais. Com isso,
poderemos inserir questões políticas nas discussões", avaliou.
Segundo, internacionalmente,
Taipé conta com seus aliados em
Washington e em Tóquio. "Os
EUA e o Japão também poderão
pressionar os chineses a aceitar
uma negociação", afirmou Chen.
O vice-ministro lembrou ainda
que por volta de 50 mil empresas
taiwanesas já estão instaladas em
território chinês e que o comércio
bilateral anual oscila entre US$ 30
bilhões e US$ 40 bilhões, o que
"não pode ser desprezado".
Texto Anterior: Faça o que eu digo...: Guru das dietas era obeso, afirma jornal Próximo Texto: Caribe: Governo haitiano reconquista três das 11 cidades tomadas por rebeldes Índice
|