São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 |
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Indulgência volta à voga na Igreja Católica Para atrair fiéis ao confessionário, Bento 16 aumenta oferta de perdão dos pecados, restituída por antecessor DO "NEW YORK TIMES"
O anúncio em boletins e sites
da Igreja Católica vem sendo
saudado com entusiasmo por
alguns e cautela por outros.
Mas passou em branco para
uma grande geração de católicos que não fazem ideia do que
significa: "Bispo anuncia indulgências plenárias".
Nos últimos meses, dioceses
em todo o mundo vêm oferecendo aos católicos um benefício espiritual que saiu de moda
há décadas -a indulgência,
uma espécie de anistia da punição na vida após a morte.
O fato de que muitos católicos de menos de 50 anos nunca
ouviram falar em indulgências
exceto nas aulas de história europeia que tiveram no colégio
(em que Martinho Lutero denunciou a venda de indulgências em 1517, deslanchando a
Reforma protestante), simplesmente torna sua reintrodução
mais urgente, na opinião de líderes da igreja determinados a
restaurar as tradições perdidas
da penitência num mundo que
veem como sendo demasiado
satisfeito consigo mesmo.
"Por que estamos trazendo a
indulgência de volta?", indagou
o bispo Nicholas A. DiMarzio,
do bairro do Brooklyn (Nova
York), que aderiu à ideia. "Porque existe pecado no mundo."
Como a missa em latim e as
sextas-feiras sem carne, a indulgência foi uma das tradições
separadas da prática da maioria
católica nos anos 60 pelo Concílio Vaticano 2º, a reunião de
bispos que determinou um novo tom de simplicidade e informalidade para a igreja. Sua retomada vem sendo vista como
parte de um ressurgimento
conservador.
Segundo os ensinamentos da
igreja, mesmo depois de o pecador ser absolvido no confessionário e cumprir a penitência,
ele ainda enfrenta o castigo
após a morte, no purgatório,
antes que possa ingressar no
paraíso. Em troca de determinadas orações, devoções ou romarias em anos especiais, um
católico pode receber uma indulgência, que reduz ou apaga
esse castigo instantaneamente.
Há indulgências parciais, que
reduzem o tempo de purgatório por determinado número
de dias ou anos, e indulgências
plenárias, que eliminam o tempo de purgatório todo, até que
seja cometido outro pecado.
O fiel pode obter uma indulgência para ele mesmo ou para
uma pessoa que já morreu. Não
se podem comprar indulgências -a igreja proibiu a venda
em 1567-, mas contribuições
caridosas, associadas a outros
atos, podem ajudar o fiel a fazer
jus a uma delas. As indulgências plenárias são limitadas a
uma por pecador por dia.
Tradução de CLARA ALLAIN Texto Anterior: Presidente levou Eluana à morte, diz Berlusconi Próximo Texto: Cruz Vermelha elogia Brasil e diz que Uribe vetou Chávez Índice |
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