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Choque na Cisjordânia agrava a crise
das agências internacionais
Palestinos e israelenses entraram
em choque ontem na Cisjordânia,
acentuando uma crise que o próprio líder Iasser Arafat apontou
como grave.
O estopim dela é a decisão israelense de entregar apenas 9% da
Cisjordânia, em áreas rurais, na
atual etapa dos acordos de paz. Os
palestinos queriam 30%.
Testemunhas disseram que 150
soldados israelenses entraram em
conflito com um grupo de 100 palestinos que tentava deter a construção de um estrada para colonos
judeus nos arredores de Hebron.
A crise -que envolve também a
decisão de Israel de construir 6.500
casas em Har Homa, um bairro de
Jerusalém oriental, e a ordem de
fechamento de quatro escritórios
palestinos na cidade- levou à renúncia ontem de Mahmud Abbas
da chefia da delegação palestina
nas negociações.
Abbas, conhecido com Abu Mazen, 62, foi um dos responsáveis
pelas negociações que levaram aos
acordos de paz entre palestinos e
israelenses, em 1993.
A retirada está parada, provavelmente até que os palestinos concordem com os termos de Israel.
Horas depois dos choques, o ministro da Defesa israelense, Yitzhak Mordechai, se reuniu com o
ministro palestino da Informação,
Iasser Abed Rabbo, em uma tentativa de diminuir a tensão.
Rabbo disse que os eventos dos
últimos dias podem levar à repetição da violência de setembro,
quando palestinos protestaram
contra a abertura de um túnel arqueológico perto de uma mesquita
importante de Jerusalém.
"É uma questão de implementação israelense, não de negociação
palestino-israelense", disse Dore
Gold, assessor do premiê Binyamin Netanyahu, sobre a retirada.
O primeiro-ministro israelense
chegou ontem a Moscou. É a primeira visita dele à Rússia desde
que assumiu o cargo, no ano passado. Ele se encontra hoje com o
presidente Boris Ieltsin e com o
premiê Viktor Tchernomirdin.
Nessa viagem, Netanyahu deve
buscar apoio russo a sua política
em relação aos palestinos -em
um momento em que ele vem sendo frequentemente pressionado
pelos EUA. Já a Rússia vai tentar
retomar seu papel de mediador
importante na região, hoje concentrado em mãos dos EUA.
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