São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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Fidel desafia EUA a provar acusação sobre armamento

DA REDAÇÃO

O ditador de Cuba, Fidel Castro, rebateu ontem as acusações dos EUA de que seu país estaria desenvolvendo armas biológicas e desafiou as autoridades americanas a apresentarem provas de suas alegações.
Em discurso de 35 minutos transmitido ao vivo pela TV, ontem à noite, Fidel qualificou as acusações, que incluíam um suposto fornecimento de biotecnologia a países inimigos dos EUA, de "uma série de mentiras olímpicas".
As acusações haviam sido feitas na segunda-feira por John Bolton, subsecretário de Estado dos EUA. Fidel desafiou-o a apresentar "a mais mínima prova". "Ele não as tem. E não as tem porque não existem, e não podem existir", disse.
"Ninguém nunca apresentou uma simples evidência de que nossa nação concebeu um programa para desenvolver armas nucleares, químicas ou biológicas", disse Fidel. "As portas de nossas instalações estão abertas. Cuba não tem nada a esconder", afirmou.
Segundo ele, se um cientista cubano, por sua conta ou em colaboração com outro país, resolver desenvolver uma tecnologia desse tipo, "será submetido de imediato aos tribunais de Justiça". Fidel disse que as leis cubanas prevêem penas de 10 a 30 anos de prisão, cadeia perpétua ou até pena de morte para crimes como esse.
Para ele, os EUA pretendem, com as acusações, "confundir e desalentar" os setores da sociedade americana que se opõem ao embargo comercial contra Cuba, vigente desde 1962. Fidel disse que a política dos EUA com relação a Cuba segue "um caminho tortuoso, cheio de mentiras, fracassos e desacertos" e que, por isso, "não lhes resta outra alternativa a mentir, mentir, mentir".



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