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VENEZUELA
Para organismo, reforço das instituições afastaria risco de novo golpe
Chávez precisa dialogar, cobra OEA
DA REDAÇÃO
O governo venezuelano precisa
reforçar suas instituições democráticas e realizar uma séria investigação sobre o golpe de Estado de
11 de abril para sair de sua atual
crise política, advertiu ontem
uma delegação da Organização
dos Estados Americanos (OEA)
que está no país.
O relatório do grupo sobre o
golpe frustrado contra o presidente Hugo Chávez também adverte o governo para evitar confrontos com a oposição, reduzir a
participação de militares na política e adotar um diálogo democrático para evitar a repetição da
situação que levou ao golpe.
Para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA,
Chávez deve garantir a liberdade
de imprensa e desarmar os grupos violentos de simpatizantes e
de opositores do governo.
"A comissão pede que o Estado
de direito na Venezuela seja fortalecido no mais curto espaço de
tempo", disse o presidente da comissão, Juán Mendez. "Garantir
isso e assegurar que as instituições
trabalhem efetivamente é uma
forma de afastar o espectro de um
novo golpe."
Mendez pediu ao presidente e a
seus opositores, que o acusam de
governar o país como um ditador
de esquerda, que parem de se tratar como inimigos e comecem a
dialogar para reduzir as tensões
políticas que se transformaram
em violência no mês passado.
Uma megamanifestação convocada pela oposição há um mês para pedir a renúncia de Chávez terminou com 17 mortos e dezenas
de feridos. Após o protesto, militares derrubaram o presidente e
colocaram o líder empresarial Pedro Carmona em seu lugar, mas
Chávez retomou o cargo dois dias
depois, após protestos populares
e a ação de militares leais a ele.
Mendez disse que os 44 anos
ininterruptos de democracia na
Venezuela ainda estão ameaçados
por muitas fragilidades, como a
interferência aberta dos militares
na política. "É perigoso para as
Forças Armadas e para a estabilidade da democracia", disse.
Diversos oficiais militares, incluindo generais e almirantes,
participaram do golpe contra
Chávez. O presidente vem realizando um expurgo nas Forças Armadas, colocando aliados em cargos de comando. Chávez, coronel
do Exército, liderou uma tentativa
frustrada de golpe contra o então
presidente Carlos Andrés Pérez,
em 1992, e foi eleito democraticamente à Presidência em 1998.
Com agências internacionais
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