São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2010

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Iraque vive dia mais mortífero de 2010

Série de atentados atinge alvos xiitas e sunitas em cidades do norte, oeste e sul do país árabe e deixa ao menos 95 mortos

Bagdá acusa a Al Qaeda de usar "brechas" deixadas pela incerteza política; coalizões negociam liderança de novo gabinete há mais de 2 meses


DA REDAÇÃO

Em meio à incerteza política, o Iraque sofreu ontem uma série de atentados em cidades do norte, oeste e sul que deixaram pelo menos 95 mortos entre civis e agentes de segurança, xiitas e sunitas. Foi o dia mais violento deste ano no país.
Os problemas começaram na madrugada, com a morte de policiais e militares em Bagdá. Os atiradores passaram em carros por seis bases, as quais atacaram usando silenciadores.
Mais tarde, em Hilla, capital da Província de Babil, houve a pior ação. Dois carros-bomba parados diante de uma fábrica de tecidos foram detonados enquanto funcionários saíam, às 13h30 (7h30 de Brasília).
Uma hora depois, um suicida se explodiu entre os que atendiam as primeiras vítimas. No total, ao menos 50 morreram.
O governador de Babil, Salman Nassir al Zargawi, admitiu que soube no domingo da existência de uma ameaça à firma, mas nada fez pois há "diversos locais frágeis". "Enfrentamos um desafio diário", afirmou.
Na cidade de Suwayra, as explosões também ocorreram em sequência e tiveram como alvo uma mesquita xiita. A primeira foi causada por um carro-bomba, e a segunda, por um explosivo plantado à beira de uma estrada. Onze morreram.
Já no começo da tarde, em Basra, 20 foram mortos na explosão de um carro-bomba, às 18h (12h em Brasília), em um mercado. Também ao sul, em Iskandariya, a explosão de um depósito matou dois.
No norte, o prefeito de Tarmiya sofreu um atentado que matou cinco, incluindo três guarda-costas. Mossul registrou um ataque suicida. Houve ações ainda em Fallujah e Abu Ghraib, no oeste.
Um suspeito foi preso, mas ninguém reivindicou a autoria.
O major Qassim al Moussawi, do centro de segurança de Bagdá, acusou a Al Qaeda de usar "brechas criadas por problemas políticos".
Os parlamentares do Iraque negociam a formação do próximo governo desde as eleições de 7 de março, que deixaram a Casa sem uma maioria ampla.
Na semana passada, o grupo do atual premiê, Nuri al Maliki, fechou acordo com o religioso Aliança Nacional e ficou a quatro cadeiras da maioria, numa coalizão similar à atual -com a maioria xiita- e sem o grupo do ex-premiê Iyad Allawi, que foi o mais votado.
Ontem, Allawi disse que seu grupo tem a preferência no gabinete e que não permitirá que a vontade do eleitorado seja "confiscada".

Com agências internacionais



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