|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Iraque vive dia mais mortífero de 2010
Série de atentados atinge alvos xiitas e sunitas em cidades do norte, oeste e sul do país árabe e deixa ao menos 95 mortos
Bagdá acusa a Al Qaeda de
usar "brechas" deixadas pela
incerteza política; coalizões
negociam liderança de novo
gabinete há mais de 2 meses
DA REDAÇÃO
Em meio à incerteza política,
o Iraque sofreu ontem uma série de atentados em cidades do
norte, oeste e sul que deixaram
pelo menos 95 mortos entre civis e agentes de segurança, xiitas e sunitas. Foi o dia mais violento deste ano no país.
Os problemas começaram na
madrugada, com a morte de policiais e militares em Bagdá. Os
atiradores passaram em carros
por seis bases, as quais atacaram usando silenciadores.
Mais tarde, em Hilla, capital
da Província de Babil, houve a
pior ação. Dois carros-bomba
parados diante de uma fábrica
de tecidos foram detonados enquanto funcionários saíam, às
13h30 (7h30 de Brasília).
Uma hora depois, um suicida
se explodiu entre os que atendiam as primeiras vítimas. No
total, ao menos 50 morreram.
O governador de Babil, Salman Nassir al Zargawi, admitiu
que soube no domingo da existência de uma ameaça à firma,
mas nada fez pois há "diversos
locais frágeis". "Enfrentamos
um desafio diário", afirmou.
Na cidade de Suwayra, as explosões também ocorreram em
sequência e tiveram como alvo
uma mesquita xiita. A primeira
foi causada por um carro-bomba, e a segunda, por um explosivo plantado à beira de uma estrada. Onze morreram.
Já no começo da tarde, em
Basra, 20 foram mortos na explosão de um carro-bomba, às
18h (12h em Brasília), em um
mercado. Também ao sul, em
Iskandariya, a explosão de um
depósito matou dois.
No norte, o prefeito de Tarmiya sofreu um atentado que
matou cinco, incluindo três
guarda-costas. Mossul registrou um ataque suicida. Houve
ações ainda em Fallujah e Abu
Ghraib, no oeste.
Um suspeito foi preso, mas
ninguém reivindicou a autoria.
O major Qassim al Moussawi, do centro de segurança de
Bagdá, acusou a Al Qaeda de
usar "brechas criadas por problemas políticos".
Os parlamentares do Iraque
negociam a formação do próximo governo desde as eleições
de 7 de março, que deixaram a
Casa sem uma maioria ampla.
Na semana passada, o grupo
do atual premiê, Nuri al Maliki,
fechou acordo com o religioso
Aliança Nacional e ficou a quatro cadeiras da maioria, numa
coalizão similar à atual -com a
maioria xiita- e sem o grupo do
ex-premiê Iyad Allawi, que foi o
mais votado.
Ontem, Allawi disse que seu
grupo tem a preferência no gabinete e que não permitirá que
a vontade do eleitorado seja
"confiscada".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Irã: Teerã permitirá visita de mães a três americanos Próximo Texto: Obama indica uma ex-professora sua à Suprema Corte Índice
|