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Prefeito e parentes rompem lua-de-mel
DE NOVA YORK
Esqueça a lua-de-mel que reinava entre os parentes das vítimas
do WTC e o ex-prefeito de Nova
York Rudolph Giuliani, alçado a
herói nacional nos meses que se
seguiram ao ataque. Desde que
assumiu, com seu jeito despachado e irônico, Michael Bloomberg
virou persona non grata nas rodas
dos familiares.
Nos últimos dias, o clima piorou por conta de uma declaração
do prefeito que foi mal recebida,
seguida de diversas ações que foram mal interpretadas: num
evento público, Bloomberg disse
que a construção do memorial
não poderia atrapalhar a recuperação da economia da região.
"Quando as pessoas disserem
"Bem, isto é um cemitério", não será exatamente a frase que um corretor vai querer ouvir ao tentar
alugar um escritório", disse ele. A
reação foi imediata. "A mensagem é clara: o foco do prefeito é
no mercado imobiliário e no dinheiro, não nas pessoas", disparou Sally Regenhard, que perdeu
o filho em 11 de setembro.
O prefeito não voltou atrás e
continuou a defender um memorial discreto e de pequenas dimensões, que fosse circundado
por prédios novos ocupados por
escritórios, lojas e mesmo moradores. Num semi-incidente diplomático, até mesmo Giuliani entrou na história. "Acho que deveríamos ter uma obra grandiosa ali
que de alguma maneira refletisse
todo o nosso sofrimento", disse.
Também não ajuda as relações
entre as partes o fato de Bloomberg ter banido de sua agenda o
comparecimento às dezenas de
cerimônias em homenagem aos
bombeiros mortos, que continuam acontecendo ainda hoje
graças a um programa de escalonamento, compromisso que Giuliani fazia questão de cumprir.
Os familiares reclamam também da nova assessora especial da
prefeitura cuja função é lidar com
os parentes das vítimas, Christy
Ferer, apontada por Bloomberg.
"Ela não atende nossos telefonemas nem responde a nossas perguntas", disse Michele Buffolino,
que perdeu a mãe no atentado.
Indagado sobre o que achava de
toda a polêmica, Bloomberg foi
sarcástico: "Bem, há pessoas que
ficam bravas com tudo". Quanto
ao tamanho do memorial, disse
apenas: "Menos é mais".
(SD)
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