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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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AIDS NA ÁFRICA

Congresso vota auxílio

Bush promete ajuda, mas falta liberar verba

DA REDAÇÃO

Enquanto o presidente dos EUA, George W. Bush, dizia ontem, em visita a Botsuana, que a África poderia contar com os EUA na luta contra a Aids, a Câmara dos Representantes, em Washington, liberou apenas dois terços da verba para combater a doença no mundo inicialmente prevista no Orçamento de 2004.
Em maio, Bush havia anunciado um pacote de ajuda de US$ 15 bilhões nos próximos 5 anos. Mas os recursos precisam ser liberados a cada ano. Ontem, a Câmara destinou US$ 2,04 bilhões para o combate à Aids no mundo no próximo ano fiscal, que começa em outubro. A verba em 2003 foi de US$ 1,56 bilhão. Já o Senado aprovou uma moção de apoio à liberação de US$ 3 bilhões em 2004. A Casa analisará o Orçamento nas próximas semanas.
O deputado Jim Kolbe (republicano), que preside a comissão de ajuda externa, disse que os EUA deverão gastar US$ 15 bilhões no prazo de cinco anos, mas que seria pouco realista usar US$ 3 bilhões logo no primeiro ano.
"É o inimigo mais mortal que a África já enfrentou, e vocês não o enfrentarão sozinhos", afirmou Bush em Botsuana, onde 1 em cada 5 pessoas é portadora do vírus HIV, que causa a Aids -40% da população sexualmente ativa.
Ontem, o diretor-executivo do programa da ONU de prevenção e combate à Aids, Peter Piot, disse que apenas 20% dos africanos têm acesso aos programas preventivos. Apenas 50 mil teriam acesso a medicamentos, embora pelo menos 4 milhões necessitem urgentemente desses remédios.
Anteontem, na África do Sul, Bush disse que os EUA e os países africanos precisam buscar "uma política de bom senso que, por um lado, proteja os direitos à propriedade intelectual [sobre medicamentos contra a Aids] e, por outro, torne os remédios disponíveis por um preço razoável".
Dos 42 milhões de infectados pelo HIV no mundo, cerca de 70% vivem na África subsaariana.
Segundo deputados democratas (oposição) e ativistas, a credibilidade dos EUA será comprometida se o Congresso não liberar US$ 3 bilhões de ajuda em 2004. "Cobraremos o presidente e o Congresso pelas promessas feitas às pessoas que estão morrendo", disse Paul Zeitz, diretor-executivo da Aliança Global para a Aids.
A deputada Nita Lowey (democrata) disse que tentará incluir mais US$ 1 bilhão no Orçamento de 2004. Os EUA querem que outros países aumentem sua participação no Fundo Mundial de Combate à Aids, ligado à ONU. Atualmente, o país contribui com 46% do orçamento, mas o Congresso quer um limite de 33,3%.
Além do combate à Aids, outros temas dominam a agenda da visita de Bush a cinco países africanos: guerra contra o terrorismo, petróleo, guerras civis na Libéria e no Congo (ex-Zaire) e crise política e econômica no Zimbábue.


Com agências internacionais


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