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AIDS NA ÁFRICA
Congresso vota auxílio
Bush promete ajuda, mas falta liberar verba
DA REDAÇÃO
Enquanto o presidente dos
EUA, George W. Bush, dizia ontem, em visita a Botsuana, que a
África poderia contar com os
EUA na luta contra a Aids, a Câmara dos Representantes, em
Washington, liberou apenas dois
terços da verba para combater a
doença no mundo inicialmente
prevista no Orçamento de 2004.
Em maio, Bush havia anunciado um pacote de ajuda de US$ 15
bilhões nos próximos 5 anos. Mas
os recursos precisam ser liberados a cada ano. Ontem, a Câmara
destinou US$ 2,04 bilhões para o
combate à Aids no mundo no
próximo ano fiscal, que começa
em outubro. A verba em 2003 foi
de US$ 1,56 bilhão. Já o Senado
aprovou uma moção de apoio à liberação de US$ 3 bilhões em
2004. A Casa analisará o Orçamento nas próximas semanas.
O deputado Jim Kolbe (republicano), que preside a comissão de
ajuda externa, disse que os EUA
deverão gastar US$ 15 bilhões no
prazo de cinco anos, mas que seria pouco realista usar US$ 3 bilhões logo no primeiro ano.
"É o inimigo mais mortal que a
África já enfrentou, e vocês não o
enfrentarão sozinhos", afirmou
Bush em Botsuana, onde 1 em cada 5 pessoas é portadora do vírus
HIV, que causa a Aids -40% da
população sexualmente ativa.
Ontem, o diretor-executivo do
programa da ONU de prevenção
e combate à Aids, Peter Piot, disse
que apenas 20% dos africanos
têm acesso aos programas preventivos. Apenas 50 mil teriam
acesso a medicamentos, embora
pelo menos 4 milhões necessitem
urgentemente desses remédios.
Anteontem, na África do Sul,
Bush disse que os EUA e os países
africanos precisam buscar "uma
política de bom senso que, por
um lado, proteja os direitos à propriedade intelectual [sobre medicamentos contra a Aids] e, por
outro, torne os remédios disponíveis por um preço razoável".
Dos 42 milhões de infectados
pelo HIV no mundo, cerca de
70% vivem na África subsaariana.
Segundo deputados democratas (oposição) e ativistas, a credibilidade dos EUA será comprometida se o Congresso não liberar
US$ 3 bilhões de ajuda em 2004.
"Cobraremos o presidente e o
Congresso pelas promessas feitas
às pessoas que estão morrendo",
disse Paul Zeitz, diretor-executivo
da Aliança Global para a Aids.
A deputada Nita Lowey (democrata) disse que tentará incluir
mais US$ 1 bilhão no Orçamento
de 2004. Os EUA querem que outros países aumentem sua participação no Fundo Mundial de
Combate à Aids, ligado à ONU.
Atualmente, o país contribui com
46% do orçamento, mas o Congresso quer um limite de 33,3%.
Além do combate à Aids, outros
temas dominam a agenda da visita de Bush a cinco países africanos: guerra contra o terrorismo,
petróleo, guerras civis na Libéria e
no Congo (ex-Zaire) e crise política e econômica no Zimbábue.
Com agências internacionais
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