|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Série de ataques suicidas faz o número de mortos no país ultrapassar os 1.500 em pouco mais de dois meses
Atentados matam ao menos 57 no Iraque
DA REDAÇÃO
Em mais um domingo sangrento no Iraque, uma série de atentados visando principalmente as
forças de segurança do país deixaram pelo menos 57 mortos e dezenas de feridos. Segundo a agência Associated Press, os ataques
de ontem fizeram o número de
mortos no país ultrapassar a casa
dos 1.500 em pouco mais de dois
meses, desde 28 de abril, data de
início do governo do primeiro-ministro xiita Ibrahim al Jaafari.
O principal ataque atingiu um
posto de recrutamento do Exército iraquiano no antigo campo de
pouso de Muthana, próximo ao
centro de Bagdá. Cerca de 400
candidatos a recruta estavam ante
o centro quando um homem-bomba se explodiu em frente ao
local. Ao menos 25 pessoas morreram e 47 ficaram feridas, informou o Exército dos EUA.
Também ocorreram outros cinco ataques suicidas pelo país,
além do assassinato, por atiradores, de oito membros de uma
mesma família. Segundo a polícia,
as oito vítimas (mãe e sete filhos)
foram mortas enquanto dormiam, em sua casa num bairro
xiita de Bagdá. O pai, que não estava em casa, acredita que foi um
ataque sectário feito por sunitas,
pois não tem filiação partidária.
À tarde, dois suicidas em carros-bomba atacaram o posto de
fronteira de Waleed, na divisa do
Iraque com a Síria. Sete funcionários do posto morreram.
Em outro ataque suicida com
carro-bomba, em Kirkuk, ao norte de Bagdá, quatro civis morreram e ao menos 15 ficaram feridos, disse a polícia. O ataque
ocorreu em uma avenida nas proximidades de um hospital.
Próximo a Mossul (norte), outro carro-bomba guiado por um
suicida atingiu um comboio da
polícia, matando cinco policiais e
ferindo três. O comboio conduzia
o brigadeiro Salim Salih Meshaal,
que saiu ileso.
Outros dois carros-bomba explodiram ontem: um contra um
comboio militar dos EUA em Fallujah (50 km a oeste de Bagdá),
deixando um iraquiano morto e
um fuzileiro americano ferido, e
outro em Ramadi (oeste), matando apenas seu condutor.
Também foram mortos a tiros
um chefe de polícia, dois soldados
e um civil em Bagdá, um membro
das forças de segurança em Kirkuk e um membro do Partido Democrático do Curdistão, em Mossul. Foi encontrado boiando em
um rio o corpo do chefe da federação iraquiana de caratê, que havia sido seqüestrado na última
quinta-feira em Latifiya, (30 km
ao sul de Bagdá).
Diplomata egípcio
Funcionários dos governos
egípcio e iraquiano desmentiram
ontem que o enviado diplomático
especial do Egito ao Iraque, Ihab
al Sherif, tenha feito contato com
grupos insurgentes, antes de ser
seqüestrado em 2 de julho e, segundo seus captores, assassinado.
As negativas tentam dissipar a
reação raivosa do Egito às afirmações, feitas na sexta-feira pelo
porta-voz do primeiro-ministro
iraquiano, de que o governo investigava a existência de vínculos
entre o egípcio e a guerrilha.
As forças americanas libertaram ontem, após investigação, o
cineasta Cyrus Kar, americano de
origem iraniana que estava preso
no Iraque há 54 dias por suspeita
de cumplicidade com terroristas,
após terem sido encontrados no
táxi em que viajava 35 temporizadores de máquinas de lavar roupas, que podem ser usados para
fabricar bombas-relógio.
Em uma carta enviada ao primeiro-ministro iraquiano, o xiita
Ibrahim al Jaafari, que teve trechos publicados ontem por um
jornal árabe de Londres, o presidente do Iraque, o curdo Jalal Talabani, acusou Jaafari de tomar
decisões de governo unilaterais,
violando o acordo feito entre curdos e xiitas durante a formação do
governo de coalizão do Iraque.
Jaafari, por sua vez, criticou as
tropas americanas em seu país,
afirmando que elas atiram em iraquianos por mera suspeição, e pediu que elas ajam nesses casos de
maneira "civilizada".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Celebração Próximo Texto: EUA planejam saída de tropas, diz documento Índice
|