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OUTRO LADO
Planalto diz que Zimbábue segue normas globais
DE JOHANNESBURGO
O governo brasileiro diz
que o Zimbábue cumpre normas do Processo de Kimberley, sem levar em conta a presença de Robert Mugabe no
poder.
"O governo do Zimbábue
imprimiu melhorias e está
tentando cumprir com as
normas e procedimentos. [...]
Não é justo excluir o Zimbábue da certificação dos diamantes nesta hora em que todos os investimentos estão
sendo feitos lá para garantir a
integridade do processo",
afirmou o representante brasileiro, João César de Freitas
Pinheiro.
Diretor do Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério de
Minas e Energia, Pinheiro
apresenta a posição do Brasil
em coordenação com o Itamaraty.
Segundo ele, o Brasil, na
última reunião, também relatou preocupação quanto aos
direitos humanos. "O Brasil
disse ter o orgulho de fazer
parte de um órgão que nasceu sob a égide dos direitos
humanos e continua primando pela sua defesa."
Relatos de abusos devem
ser investigados in loco, diz.
"O que o Processo de Kimberley não deve fazer é pre-julgar [Mugabe]."
"O Processo Kimberley trabalha com Estados-nações
naquilo que é produção e comércio de diamante bruto,
combatendo o "diamante de
sangue" e as ilegalidades,
sem tomar partido deste ou
daquele regime."
"DIAMANTES DE SANGUE"
Segundo um diplomata
brasileiro ligado ao tema, há
outras preocupações.
Avalia-se no Itamaraty que
os direitos humanos são usados por países ricos como
pretexto, em razão da exclusão de empresas americanas
e europeias da exploração
dos campos.
Também há uma leitura
estrita da classificação dos
"diamantes de sangue" só
como os explorados por rebeldes, o que não se aplica ao
Zimbábue. Tentar ampliar a
definição poderia implodir o
delicado consenso entre governos, indústria e sociedade
civil.
(FZ)
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