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CHILE
Advogados do ex-ditador dizem que ele poderá depor
Fim da imunidade de Pinochet é aprovado por 52% dos chilenos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Mais da metade dos chilenos
concorda com a decisão da Corte
Suprema do Chile que retirou, na
terça-feira, a imunidade parlamentar do ex-ditador Augusto Pinochet por 14 votos a 6, revelou
pesquisa divulgada ontem.
O levantamento foi feito pelo
Cerc (Centro de Estudos da Realidade Contemporânea) e mostra
que 52% da população chilena é
favorável à decisão judicial, enquanto 35% dos entrevistados se
disseram contrários. Outros 13%
preferiram não opinar.
A Justiça chilena retirou a imunidade parlamentar do senador
vitalício por considerar que "existem fortes suspeitas" de que ele
tenha tido responsabilidade em
19 dos 73 assassinatos cometidos
pela chamada "Caravana da Morte".
A opinião dos entrevistados está fortemente atrelada à sua preferência política. Enquanto 83%
dos eleitores da Concertação
(coalizão de partidos de centro-esquerda que governa o Chile
desde 1990) revelaram-se favoráveis à sentença, 76,5% dos partidários da oposição direitista disseram-se contrários a ela.
A pesquisa foi feita entre 21 de
julho e 4 de agosto deste ano, com
1.200 pessoas e possui uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Andamento do caso
Os advogados de Pinochet declararam ontem que irão respeitar a decisão da Corte Suprema e
que o general comparecerá perante a Justiça caso seja chamado
para depor.
Pablo Rodríguez, advogado de
defesa do ex-ditador, declarou:
"O general Pinochet vai cumprir
rigorosamente todas as disposições legais do processo. Se for necessário que ele deponha para o
juiz Juan Guzmán, ele irá depor".
Contudo, apesar de estarem de
acordo com a possibilidade do general depor, seus advogados afirmaram que ele não irá submeter-se a exames médicos.
Garzón
O juiz espanhol Baltasar Garzón
-que participa de um congresso
em São José, na Costa Rica- disse ontem que "a Justiça chilena
cumpriu o seu dever ao mostrar
que a lei é igual para todos".
Foi por causa de um pedido de
extradição à Espanha, encaminhado por Garzón à Justiça britânica, que Pinochet ficou detido
em Londres por mais de um ano.
Garzón queria que o general
fosse julgado por crimes contra os
direitos humanos ocorridos contra cidadãos espanhóis em seu governo (1973-90).
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