DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um pedaço de metal de cerca de 40 cm, de procedência ainda ignorada, pode ter causado a queda do Concorde da Air France no dia 25 de julho, ao norte de Paris, acidente que matou 113 pessoas -109 no avião e quatro em terra-, segundo autoridades francesas. É a primeira vez que os responsáveis pela investigação apresentam uma perspectiva mais clara sobre os eventos que podem ter provocado a tragédia.
O BEA (sigla, em francês, para Escritório de Investigação de Acidentes), órgão responsável pelas investigações sobre o desastre aéreo, declarou ontem que o metal, encontrado ao lado da pista do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, correspondia à forma de um corte verificado em um dos pneus do supersônico.
"É provável que esse fragmento tenha causado um corte", provocando o estouro de um dos pneus no momento da aceleração para a decolagem. Pedaços de borracha de até 4 kg, lançados com grande força, teriam então perfurado o tanque de combustível ou atingido um dos motores. "Está sendo investigada a origem dessa peça."
"Num processo que ainda precisa ser determinado, produziram-se danos rapidamente em um ou em vários tanques de combustível do lado esquerdo, o que causou um grande vazamento e o incêndio", informou o BEA.
Hoje deverá ser feito um balanço, no Ministério dos Transportes da França, sobre as investigações realizadas até agora. Deve-se avaliar se a companhia aérea Air France poderá retomar seus vôos de Concorde, suspensos desde o dia do acidente.
Uma reunião similar, na semana passada, decidiu que a ausência de conclusões impedia que os supersônicos retornassem ao céu. A British Airways, a outra companhia aérea que possui Concordes, retomou os vôos no dia seguinte ao do acidente.
A conclusão das investigações ainda pode demorar meses.


Texto Anterior: Iraque: Chávez e Saddam passeiam em Bagdá
Próximo Texto: Multimídia - The New York Times - de Nova York: Projeto trará corrida armamentista
Índice