Projeto trará corrida armamentista

Estados Unidos - O projeto americano de um sistema de escudo antimísseis pode levar a China a decuplicar seu arsenal nuclear e a Rússia a aumentar o número de ogivas em cada míssil, segundo um relatório dos serviços de segurança americanos a que o "The New York Times" teve acesso.
O relatório foi preparado em conjunto por CIA (Agência Central de Inteligência), Agência de Inteligência da Defesa e Serviço de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado, para analisar as consequências da implementação do sistema antimísseis.
Segundo o "The New York Times", o relatório sugere que uma decisão pela implementação do sistema pode provocar uma corrida armamentista em todo o mundo, da Europa ao sul da Ásia.
Segundo o estudo, a China poderia, até 2015, aumentar seu arsenal nuclear de 20 para 200 mísseis de longo alcance, o suficiente para ultrapassar a capacidade do sistema antimísseis imaginado pelos EUA.
Além disso, essa movimentação da China poderia levar a Índia e o Paquistão a também reforçarem seus arsenais para manter o equilíbrio de forças na região.
A Rússia, segundo o relatório, não teria capacidade financeira para aumentar seu arsenal, mas teria condições de aumentar o número de ogivas em cada um de seus mísseis, contrariando o tratado de redução de armas nucleares Start-2, ratificado neste ano pelos russos.
Segundo o jornal, o presidente Bill Clinton, que recebeu uma cópia do relatório nesta semana, deve decidir sobre a implementação do sistema ainda neste ano com base nos critérios avaliados no estudo e também nas questões de custo e viabilidade tecnológica.
O "The New York Times" avalia ainda que o relatório deverá ter efeitos sobre a campanha presidencial. O vice-presidente Al Gore, candidato do Partido Democrata, é favorável a um sistema de defesa limitado baseado em terra, enquando o governador do Texas, George W. Bush, candidato republicano apóia um sistema mais amplo, incluindo bases marítimas e espaciais.


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