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ONDA DE CALOR
Desde 1875, termômetro não registrava dia tão quente quanto o de ontem; papa pede que fiéis orem por chuva
Reino Unido tem recorde de temperatura
DA REDAÇÃO
O Reino Unido registrou ontem
a temperatura mais alta de sua
história desde 1875, quando a medição passou a ser feita. Os termômetros em Gravesend, no sul do
país, atingiram 38,1 C. Horas antes, no aeroporto de Heathrow,
em Londres, eles marcavam 37,9
C. O novo recorde supera em 1 C
o anterior, de 1990, que pertencia
à região central. Segundo meteorologistas, o calor deve continuar.
A onda de calor, além de alterar
a rotina dos britânicos, tem sido
motivo de apostas. Estima-se que
o setor de apostas terá de pagar
mais de 300 mil libras a milhares
de britânicos que, obcecados pela
mudanças climáticas, apostaram
que os termômetros bateriam a
marca dos 37,7 C.
Para fugir do calor, muitos motoristas deixaram a capital para se
refrescar nas praias. O aumento
do fluxo de veículos causou congestionamento nas estradas.
Estima-se que 15 milhões de
carros, um quinto acima da média, tenha utilizado as estradas
neste final de semana.
Nas estações de trem, os atrasos
têm sido frequentes, devido às
restrições de velocidade impostas
pela rede de transporte ferroviário cada vez que a temperatura
atingir 30 C.
Em Londres, a London Eye (roda-gigante de 135 m de altura) ficou fechada, porque as cápsulas
envidraçadas que levam visitantes
ao topo estavam muito quentes.
No zoológico londrino, macacos e ursos ganharam picolés de
frutas, e os pinguins, receberam o
gelado com sabor peixe.
Onda de calor
Entrando na segunda semana
de calor intenso, a temperatura
em alguns países europeus ultrapassou 40 C, causando a morte,
segundo a France Presse, de 50
pessoas na região de Paris, 19 na
Espanha e 15 em Portugal.
No sábado, os termômetros bateram recorde histórico (38,5 C)
em Estrasburgo-Entzheim (França). Em Roth, na Alemanha, também houve recorde de calor, com
temperatura de 40,4 C.
O calor sufocante agravado pela
seca contribuiu para a propagação de uma série de incêndios no
sul do continente.
Na França, mais de 700 bombeiros lutaram ontem contra as chamas para apagar um incêndio
que, em sete dias, destruiu mais
de 1.600 hectares de florestas em
Nice. Outros focos de incêndio
causaram estragos no sul e na ilha
mediterrânea de Córsega.
Em Paris, os bombeiros têm recebido cerca de 600 chamadas por
dia em razão de pessoas que sofrem com o calor.
Ontem cerca de 20 incêndios seguiam ativos na Itália. Na Croácia,
que sofre a pior seca dos últimos
50 anos, bombeiros lutavam para
controlar incêndio que se propagava no parque nacional de Paklenica (centro).
Na Espanha, o setor agrícola registrou perdas de 800 milhões, e
as autoridades portuguesas calculam que os prejuízos causados pelos incêndios no país totalizam
925 milhões.
Pedido especial
O papa João Paulo 2º, 83, pediu
ontem a Deus que trouxesse chuva e exortou fiéis a rezarem para
que isso aconteça. Diante de centenas de seguidores e de turistas
que o visitavam no castelo Gandolfo, sua residência de verão, no
sul de Roma, o papa lamentou as
mortes das pessoas e os danos
causados em toda a Europa.
"Peço que vocês se unam na minha oração pelas vítimas dessa calamidade e os convido a pedir fervorosamente ao Senhor para trazer chuva fresca à terra sedenta."
"Trata-se de uma situação
emergencial e preocupante, causada pelo persistência da seca e
também de responsabilidade dos
homens, que põem em perigo o
patrimônio ambiental, precioso
para toda a humanidade."
Com agências internacionais
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