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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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ONDA DE CALOR

Desde 1875, termômetro não registrava dia tão quente quanto o de ontem; papa pede que fiéis orem por chuva

Reino Unido tem recorde de temperatura

DA REDAÇÃO

O Reino Unido registrou ontem a temperatura mais alta de sua história desde 1875, quando a medição passou a ser feita. Os termômetros em Gravesend, no sul do país, atingiram 38,1 C. Horas antes, no aeroporto de Heathrow, em Londres, eles marcavam 37,9 C. O novo recorde supera em 1 C o anterior, de 1990, que pertencia à região central. Segundo meteorologistas, o calor deve continuar.
A onda de calor, além de alterar a rotina dos britânicos, tem sido motivo de apostas. Estima-se que o setor de apostas terá de pagar mais de 300 mil libras a milhares de britânicos que, obcecados pela mudanças climáticas, apostaram que os termômetros bateriam a marca dos 37,7 C.
Para fugir do calor, muitos motoristas deixaram a capital para se refrescar nas praias. O aumento do fluxo de veículos causou congestionamento nas estradas.
Estima-se que 15 milhões de carros, um quinto acima da média, tenha utilizado as estradas neste final de semana.
Nas estações de trem, os atrasos têm sido frequentes, devido às restrições de velocidade impostas pela rede de transporte ferroviário cada vez que a temperatura atingir 30 C.
Em Londres, a London Eye (roda-gigante de 135 m de altura) ficou fechada, porque as cápsulas envidraçadas que levam visitantes ao topo estavam muito quentes.
No zoológico londrino, macacos e ursos ganharam picolés de frutas, e os pinguins, receberam o gelado com sabor peixe.

Onda de calor
Entrando na segunda semana de calor intenso, a temperatura em alguns países europeus ultrapassou 40 C, causando a morte, segundo a France Presse, de 50 pessoas na região de Paris, 19 na Espanha e 15 em Portugal.
No sábado, os termômetros bateram recorde histórico (38,5 C) em Estrasburgo-Entzheim (França). Em Roth, na Alemanha, também houve recorde de calor, com temperatura de 40,4 C.
O calor sufocante agravado pela seca contribuiu para a propagação de uma série de incêndios no sul do continente.
Na França, mais de 700 bombeiros lutaram ontem contra as chamas para apagar um incêndio que, em sete dias, destruiu mais de 1.600 hectares de florestas em Nice. Outros focos de incêndio causaram estragos no sul e na ilha mediterrânea de Córsega.
Em Paris, os bombeiros têm recebido cerca de 600 chamadas por dia em razão de pessoas que sofrem com o calor.
Ontem cerca de 20 incêndios seguiam ativos na Itália. Na Croácia, que sofre a pior seca dos últimos 50 anos, bombeiros lutavam para controlar incêndio que se propagava no parque nacional de Paklenica (centro).
Na Espanha, o setor agrícola registrou perdas de 800 milhões, e as autoridades portuguesas calculam que os prejuízos causados pelos incêndios no país totalizam 925 milhões.

Pedido especial
O papa João Paulo 2º, 83, pediu ontem a Deus que trouxesse chuva e exortou fiéis a rezarem para que isso aconteça. Diante de centenas de seguidores e de turistas que o visitavam no castelo Gandolfo, sua residência de verão, no sul de Roma, o papa lamentou as mortes das pessoas e os danos causados em toda a Europa.
"Peço que vocês se unam na minha oração pelas vítimas dessa calamidade e os convido a pedir fervorosamente ao Senhor para trazer chuva fresca à terra sedenta."
"Trata-se de uma situação emergencial e preocupante, causada pelo persistência da seca e também de responsabilidade dos homens, que põem em perigo o patrimônio ambiental, precioso para toda a humanidade."


Com agências internacionais

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