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TERROR NA RÚSSIA
Comissão de inquérito será feita no Conselho Federal (Senado), controlado por aliados governistas
Putin recua e aceita investigação de mortes
DA REDAÇÃO
Pressionado pelas críticas que
seu governo recebeu após a carnificina de Beslan, o presidente russo, Vladimir Putin, aceitou ontem
a abertura de um inquérito para
apurar as circunstâncias da morte, há oito dias, de mais de 330
pessoas mantidas como reféns
por terroristas islâmicos.
A comissão de inquérito será
instalada pelo Conselho Federal
(Senado). Sergei Mironov, presidente do órgão, despachou ontem
com Putin, que, ao recuar da intransigência contra investigações,
disse estar interessado em "receber um quadro completo e objetivo dos trágicos acontecimentos ligados ao seqüestro". Políticos
aliados a Putin controlam o Conselho Federal. É pouco provável
que ele corra o risco de enfrentar
revelações embaraçosas.
A agência de notícias Associated Press obteve ontem testemunhos segundo os quais soldados
do Exército debandaram em massa das imediações da escola de
Beslan, tão logo os seqüestradores, no último dia 3, começaram a
matar reféns.
Para substituir os soldados chegaram forças especiais, com atraso porque não tinham coletes à
prova de bala. Mas elas não traziam munição suficiente e precisaram tomá-la emprestado de
pessoas armadas que tinham parentes em mãos dos terroristas.
O ministro russo do Exterior,
Sergey Lavrov, disse ontem que o
líder tchetcheno Shamil Basayev
foi o responsável pelo atentado.
Mas não deu provas que sustentassem sua versão.
Um dos músicos mais conhecidos da Rússia, o maestro Valery
Gergiev, diretor do Teatro Mariinsky, de São Petersburgo
-que abriga a ópera e o balé Kirov- lançou um apelo para que a
violência e a desordem não se espalhem pela Ossétia do Norte.
Gergiev passou a infância e adolescência na região, onde também
iniciou seus estudos musicais.
O ministro do Exterior do Canadá, Pierre Pettigrew, exortou
ontem a Rússia a não partir para
ataques unilaterais contra os
tchetchenos e a agir de acordo
com a lei internacional.
Pettigrew se referia à ameaça
russa de efetuar "ataques preventivos" contra dirigentes e bases
terroristas, mesmo se situados em
território estrangeiro.
Passeatas em Moscou
Cerca de 500 pessoas reuniram-se ontem diante das embaixadas
dos Estados Unidos e do Reino
Unido, em Moscou, para protestar contra o asilo que aqueles países deram aos dirigentes tchetchenos Ilyas Akhmadov e Akhmed Zakayev, acusados pelo governo de serem terroristas.
Os manifestantes traziam fotografias de corpos de crianças dilacerados em Beslan e diziam concordar com as críticas oficiais a
Washington e Londres.
Um subprocurador russo disse
que as armas com as quais os terroristas entraram na escola de
Beslan haviam sido roubadas em
junho de arsenais da vizinha República da Inguchétia, que também pertence à Federação Russa.
Trata-se de 37 fuzis, três metralhadoras e cinco lança-granadas.
Com agências internacionais
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