São Paulo, sábado, 11 de outubro de 1997.



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Prêmio pressiona os EUA

de Washington

A concessão do Prêmio Nobel da Paz ao grupo norte-americano que luta pelo banimento de minas e a adesão da Rússia ao tratado com esse objetivo, ambas anunciadas ontem, colocam os EUA e o presidente Clinton em especial em má situação diante do público.
Os EUA se recusaram a endossar o acordo para proibir o uso de minas no mundo. O presidente Bill Clinton disse que não pode aceitar os termos do tratado porque eles ameaçam a segurança de militares de seu país: "Ninguém deve esperar que coloquemos nossas Forças Armadas sob riscos inaceitáveis".
Clinton disse que se tivessem sido feitas algumas exceções, como para o uso de minas por mais nove anos na Península da Coréia, onde os EUA têm cerca de 35 mil militares estacionados, e para a permissão de uso de minas antitanques, ele teria assinado o acordo.
A posição tradicional dos EUA de rejeição ao acordo mudara em agosto, em parte devido à campanha da princesa Diana a seu favor. Vários jornais de prestígio nos EUA noticiaram às vésperas da decisão final de Clinton que a primeira-dama Hillary Clinton e sua filha, Chelsea, pressionaram o presidente para que ele aceitasse o acordo.
Mas a oposição dos líderes militares parece ter prevalecido. Agora, Clinton diz que adotará ações unilaterais contra minas.
Segundo ele, o país destruiu 1,5 milhão de minas nos últimos 18 meses e destruirá outras tantas até 1999, mantendo só as da Coréia.



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