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ORIENTE MÉDIO
Motorista e passageiro de ônibus seguram homem-bomba e evitam tragédia maior; Exército ataca em Gaza
Ação do Hamas deixa 1 morto; Israel mata 2
DA REDAÇÃO
A explosão de um homem-bomba palestino matou ontem
uma mulher e feriu 12 pessoas
num subúrbio de Tel Aviv. O grupo extremista Hamas assumiu a
autoria do ataque. A violência
continuou a tomar conta também
da faixa de Gaza, onde tropas de
Israel mataram dois palestinos.
O suicida poderia ter causado
uma tragédia bem maior: o motorista do ônibus em que ele tentou
entrar, ajudado por um passageiro, conseguiu detê-lo e jogá-lo ao
chão antes que detonasse o seu
cinturão de explosivos.
O atentado ocorreu pouco antes
das 8h num ponto de ônibus numa estrada perto da Universidade
Bar Ilan, em Bnei Brak (leste de
Tel Aviv). Testemunhas contaram que o terrorista -identificado pela polícia como Rafik Hamad, 31, da Cisjordânia, pai de
quatro filhos- tentou subir num
ônibus lotado de soldados, mas
escorregou e caiu na calçada.
O motorista e um médico saíram para ajudá-lo e, ao perceber
que era um homem-bomba, o seguraram no chão e gritaram para
todos se afastarem.
"Quando abrimos sua camisa,
vimos o cinturão [de explosivos] e
os fios", disse o motorista Baruch
Neuman à rádio do Exército. "Cada um de nós segurou uma de
suas mãos. Sabia que, se ele se explodisse, muitos morreriam."
"Ele tentou mover suas pernas",
acrescentou Neuman. "Começamos a temer que explodiríamos
com ele (...) então decidimos juntos soltar as mãos dele e fugir."
O suicida levantou, correu cerca
de 20 metros na direção de uma
multidão e acionou o detonador,
matando, além de si próprio, uma
israelense de 71 anos.
O Hamas prometia atentados
em retaliação a operações de Israel que deixaram 20 mortos na
faixa de Gaza esta semana. Ontem, tropas de Israel mataram
dois jovens de 12 e 17 anos após
entrar com tanques em Rafah.
Um soldado ficou ferido na
ação, durante a qual teriam sido
encontrados dois túneis usados
para contrabandear armas do
Egito e uma bomba de 100 kg.
"Esses ataques são uma resposta aos massacres feitos pela ocupação contra nossos civis inocentes. A ocupação não pode ficar
impune", disse Ismail Abu Shanab, um dos dirigentes do Hamas.
David Baker, porta-voz do premiê israelense, Ariel Sharon, disse
que o país trava uma "batalha
contínua contra o terror palestino". O governo acusa a Autoridade Nacional Palestina (ANP), dirigida por Iasser Arafat, de estimular as atividades terroristas.
Saeb Erekat, ministro do gabinete de Arafat, condenou a morte
de civis, "sejam palestinos ou israelenses". Ao menos 1.604 palestinos e 604 israelenses morreram
desde o início do levante contra a
ocupação, em setembro de 2000.
Ato pró-Arafat
Cerca de 20 mil policiais e militantes leais à ANP marcharam
ontem na Cidade de Gaza contra
o Hamas e em apoio a Arafat. O
ato ocorreu durante o funeral de
Rajeh Abu Lehiya, um chefe da
polícia palestina assassinado por
integrantes do Hamas na segunda-feira -ação que alimentou o
conflito interno e resultou na
morte de outras quatro pessoas.
O gesto foi visto como demonstração de força do Fatah, partido
de Arafat, líder enfraquecido em
razão da insatisfação popular
com o governo e da reocupação
da Cisjordânia pelo Exército de
Israel. O Hamas diz que Abu Lehiya morreu num ato de vingança
pessoal de um de seus ativistas.
Com agências internacionais
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