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País restringe a ajuda da Índia
DA REDAÇÃO
O Paquistão aceitou receber suprimentos da Índia para as vítimas do terremoto que atingiu o
país no sábado, mas é improvável
que a colaboração entre os dois rivais reaqueça as relações estremecidas pela disputa da Caxemira, a
região mais afetada pelo desastre.
Inicialmente, o Paquistão rechaçara a oferta. Depois, voltou
atrás, mas vetou a entrada de militares indianos no país -que incluiria especialistas em socorro e
helicópteros para resgate.
A Chancelaria paquistanesa
emitiu, então, uma lista de artigos
aceitos: tendas, colchões, cobertores, cobertura plástica, remédios e
comida. Nova Déli espera enviar
até hoje um avião com 25 toneladas de suprimentos.
Segundo analistas, dois aspectos estão na origem das restrições.
Primeiro, aceitar ajuda militar
significaria dar aos soldados indianos acesso à parte paquistanesa da Caxemira, região que abriga
milícias islâmicas que lutam contra o domínio de Nova Déli na
porção indiana do território.
Pior, seria um erro de relações
públicas, pois mostraria ao mundo que o governo paquistanês
não tem capacidade de cuidar das
vítimas de um desastre numa área
de seu território reivindicada pela
Índia desde que os dois países
conquistaram independência dos
britânicos, em 1947.
A Caxemira histórica se divide
hoje entre três países. A Índia
controla as partes sul e central
(cerca de 60% do território, que
formam a Província indiana de
Jammu e Caxemira), o Paquistão
controla a parte noroeste, e a China controla a porção nordeste, ou
cerca de 10% da região.
A porção indiana é a mais conturbada. Como a Caxemira é majoritariamente muçulmana (como o Paquistão), e a Índia é maciçamente hindu, a área foi palco de
uma revolta islâmica contra o domínio de Nova Déli que durou 16
anos e deixou dezenas de milhares de mortos. A Índia acusa o governo paquistanês de fomentar o
conflito. Islamabad nega.
Nos últimos dois anos, tem havido uma distensão entre os dois
governos, que chegaram a adquirir armas nucleares por conta da
disputa. Mas o progresso é lento.
Com agências internacionais
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