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Euforia toma conta de famílias que seguem resgate
DA ENVIADA A COPIAPÓ
Ontem foi um domingão
na mina San José.
Muitas famílias que vinham acompanhando de
longe os trabalhos de resgate
fizeram questão de subir até
a mina. Pontualmente, às
10h da manhã, o ônibus fretado pelo Exército chileno
saiu da praça da Intendência, a mais importante de Copiapó, onde fica a sede do governo de Atacama.
Lotação máxima, levava
43 familiares de mineiros
presos, dois padres franciscanos, um poeta.
Todos os dias, o ônibus do
Exército sai na mesma hora,
da mesma praça, desde o desabamento, em 5 de agosto.
Apesar de, durante todo o
período de trabalho das máquinas, as famílias tentarem
manter alto o moral, o ônibus
sempre ia em silêncio, enquanto passava por áreas de
vinhedos e olivais, depois
por montanhas de deserto
seco, até chegar à mina.
Ontem as coisas estavam
diferentes. Já dentro do ônibus, uma mulher chamou a
amiga pelo telefone: "Como
não vai para a mina? Você foi
no período mais triste e sem
esperança e não vai agora?
Não aceito. Venha já."
Em cinco minutos, a amiga estava no ônibus com
duas crianças. Trazia consigo uma sacola de doces para
os filhos dos outros mineiros.
Quando o ônibus partiu,
apresentou-se ao pessoal o
mineiro aposentado Guillermo Oroya Carvajal.
Hoje professor e escritor,
Carvajal aproveitou que ontem era domingo e que amanhã será feriado no Chile, para levar ao mineiros a poesia
que compôs em homenagem
a eles. O título, "Perdidos,
nunca esquecidos."
Todo o ônibus se levantou
para aplaudi-lo quando ele
acabou de declamar a poesia, enquanto as mulheres
enxugavam as lágrimas.
Ao descer do ônibus, já na
mina, eram só alegria.
(LC)
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