São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Por Malvinas, Cristina compara britânicos a "piratas"

Presidente argentina eleva tom das críticas a testes de mísseis que começam hoje no arquipélago; Reino Unido se diz surpreso

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, comparou o governo do Reino Unido a "piratas" após a Marinha britânica anunciar testes com mísseis nas ilhas Malvinas.
Conforme Cristina, o exercício militar é "sem antecedentes" e "faz parte do típico colonialismo do século 19". A presidente publicou dez mensagens de protesto contra os britânicos no Twitter.
No sábado, a Chancelaria argentina acusou o Reino Unido de instigar uma "corrida armamentista" e pediu formalmente à Embaixada do país em Buenos Aires o cancelamento dos testes.
Cristina também afirmou que reclamará diante de organismos internacionais, como ONU e Unasul (União das Nações Sul-americanas).
A Embaixada britânica diz estar "surpresa" com a reação, porque esses exercícios são de rotina, realizados a cada seis meses, há 28 anos.
Segundo o governo britânico, os mísseis terra-ar devem ser lançados entre hoje e o dia 22 e podem atingir no máximo 6,8 km. As ilhas Malvinas ficam a quase 500 km do continente argentino.
Há mais de um século, Argentina e Reino Unido disputam a soberania do arquipélago, que hoje é habitado por cerca de 2.500 civis, a maioria de origem britânica.
Em 1982, os dois países travaram uma guerra por três meses que resultou em 900 mortos -dois terços eram argentinos. Desde então, Londres incentiva o desenvolvimento econômico local e mantém uma base no arquipélago com 1.500 militares.
Neste ano, a disputa pelo território voltou a gerar animosidade quando os britânicos enviaram uma plataforma para prospectar petróleo em torno das ilhas.
A Argentina argumenta que seria ilegal uma eventual exploração de recursos naturais num território que tem a soberania questionada internacionalmente. Desde 1965, a ONU pede que os países busquem um acordo.
Desde 2003, quando Néstor Kirchner chegou à Presidência, a Argentina tenta dificultar o comércio das Malvinas. Além de proibir voos até o arquipélago, exige licenças especiais para embarcações que passam por suas águas para chegar até as ilhas.


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