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Por Malvinas, Cristina compara britânicos a "piratas"
Presidente argentina eleva tom das críticas a testes de mísseis que começam hoje no arquipélago; Reino Unido se diz surpreso
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
A presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, comparou
o governo do Reino Unido a
"piratas" após a Marinha britânica anunciar testes com
mísseis nas ilhas Malvinas.
Conforme Cristina, o exercício militar é "sem antecedentes" e "faz parte do típico
colonialismo do século 19". A
presidente publicou dez
mensagens de protesto contra os britânicos no Twitter.
No sábado, a Chancelaria
argentina acusou o Reino
Unido de instigar uma "corrida armamentista" e pediu
formalmente à Embaixada
do país em Buenos Aires o
cancelamento dos testes.
Cristina também afirmou
que reclamará diante de organismos internacionais, como ONU e Unasul (União das
Nações Sul-americanas).
A Embaixada britânica diz
estar "surpresa" com a reação, porque esses exercícios
são de rotina, realizados a cada seis meses, há 28 anos.
Segundo o governo britânico, os mísseis terra-ar devem ser lançados entre hoje e
o dia 22 e podem atingir no
máximo 6,8 km. As ilhas Malvinas ficam a quase 500 km
do continente argentino.
Há mais de um século, Argentina e Reino Unido disputam a soberania do arquipélago, que hoje é habitado por
cerca de 2.500 civis, a maioria de origem britânica.
Em 1982, os dois países travaram uma guerra por três
meses que resultou em 900
mortos -dois terços eram argentinos. Desde então, Londres incentiva o desenvolvimento econômico local e
mantém uma base no arquipélago com 1.500 militares.
Neste ano, a disputa pelo
território voltou a gerar animosidade quando os britânicos enviaram uma plataforma para prospectar petróleo
em torno das ilhas.
A Argentina argumenta
que seria ilegal uma eventual
exploração de recursos naturais num território que tem a
soberania questionada internacionalmente. Desde 1965,
a ONU pede que os países
busquem um acordo.
Desde 2003, quando Néstor Kirchner chegou à Presidência, a Argentina tenta dificultar o comércio das Malvinas. Além de proibir voos até
o arquipélago, exige licenças
especiais para embarcações
que passam por suas águas
para chegar até as ilhas.
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