São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Egito tem novo dia de violência sectária

Centenas de cristãos queimam carros das forças de segurança; militares anunciam reunião para conter a crise

Anteontem, 25 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas durante protesto reprimido com violência pelo Exército

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê egípcio, Essam Sharaf, convocou ontem uma reunião de emergência para tentar conter a onda de violência que tomou o país no fim de semana.
O ânimo nas ruas seguia tenso. Manifestantes incendiaram veículos militares, em retaliação à morte de 25 cristãos coptas pelo Exército, durante protesto um dia antes.
No domingo, milhares marchavam contra o ataque a uma igreja, na região de Assuã, carregando cartazes e cruzes. Os soldados reagiram com violência e abriram fogo contra a multidão.
Mais de 300 pessoas ficaram feridas e alguns manifestantes foram atropelados por tanques, segundo a ONG HRW (Human Rights Watch). Ontem, o governo militar interino anunciou um inquérito sobre o episódio.
Segundo a televisão estatal, o Conselho das Forças Armadas do Egito (SCAF) reiterou que "continua a ser responsável por proteger o povo egípcio depois da revolução de 25 de janeiro até entregar o poder a uma autoridade civil democraticamente eleita". A junta militar declarou ainda que "tomaria as medidas necessárias para restaurar a segurança".
Um toque de recolher foi decretado ontem no centro da capital das 2h às 7h (das 21h às 2h de Brasília) e a segurança foi reforçada perto do Parlamento e da sede do Conselho de Ministros.
A ONU e as potências ocidentais também condenaram a violência no Egito. O presidente americano, Barack Obama, disse estar "profundamente preocupado" com a proteção da minoria copta e defendeu a eleição de um novo governo civil.
A HRW pediu uma investigação independente, que não seja conduzida pela Justiça militar do país. No Facebook, estudantes universitários egípcios reagiam pedindo eleições nacionais. Um dos grupos formados se chamava "No SCAF".


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