|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
UNESCO
Dinheiro das potências para ser aplicado em educação nos Estados sem recursos recuou de US$ 5 bi para US$ 3,7 bi
Verba de ricos a pobres na educação cai 26%
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI
Os países mais ricos do mundo
reduziram em 26% sua contribuição para a educação básica em nações mais pobres entre 1990 e
2001, apesar do compromisso de
aumentá-la. No período, os recursos para a área caíram de US$ 5
bilhões para US$ 3,7 bilhões.
A informação consta do relatório produzido pela Unesco neste
ano para acompanhar a evolução
dos países no cumprimento das
metas assumidas em 2000, quando foi realizado o Fórum Mundial
de Educação, em Dacar (Senegal),
com a participação de 181 países.
O documento serve de base para o 3º Encontro do Grupo de Alto
Nível da Unesco de Educação para Todos. A conferência de três
dias, aberta ontem em Nova Déli
(Índia), visa discutir as dificuldades para cumprir as metas.
Além de menores, os recursos
para a educação não têm priorizado o nível básico. Apenas 13% dos
US$ 3,7 bilhões tiveram como
destino o que no Brasil corresponde ao ensino fundamental.
O estudo mostra que os recursos dos países ricos representam
74% do volume total (US$ 5 bilhões) destinado à educação em
2001. O restante tem como fonte
organismos internacionais, como
o Banco Mundial, o Unicef e a
Unesco, ligados à ONU.
"Os países ricos e os organismos
internacionais repassaram ao ensino básico apenas US$ 1,4 bilhão
em 2001. Estimamos que, para as
metas de Dacar serem cumpridas,
esse valor teria de chegar a US$ 7
bilhões", disse Christopher Colclough, diretor do grupo que elaborou o relatório.
Há três anos, os países mais pobres se comprometeram a eliminar as desigualdades no acesso à
educação até 2005 e a reduzir em
50% a taxa de analfabetismo. Já os
países mais ricos e os principais
organismos de financiamento se
comprometeram a ajudar os governos que se empenhassem a alcançar as metas de Dacar.
No entanto, segundo o relatório, 76 países dificilmente cumprirão a meta de reduzir a desigualdade contra as mulheres no
acesso à escola até 2005. O documento diz ainda que, no ritmo
atual, a taxa de analfabetismo no
mundo cairá apenas 7%.
"Os países doadores e as instituições internacionais assumiram
o compromisso de que nenhum
governo seriamente envolvido
com a educação básica deixaria de
cumprir as metas por falta de recursos. Chegou a hora de cumprir
o compromisso", afirmou o premiê indiano, Atal Bihari Vajpayee, ao abrir o encontro.
Segundo o relatório, os países
que mais repassaram recursos para a educação de nações mais pobres em 2001 foram o Japão (US$
818 milhões), a França (US$ 771
milhões) e a Alemanha (US$ 568
milhões). Os principais beneficiados são estão na África e na Ásia.
O jornalista Antônio Gois viajou a convite da Unesco
Texto Anterior: Direitos humanos: OEA volta a discutir direitos indígenas Próximo Texto: EUA: EUA debatem classificação de obesidade como doença Índice
|