São Paulo, quarta, 11 de novembro de 1998

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FURACÃO MITCH
Valor ainda não é suficiente para reconstruir os países atingidos, que dizem precisar de US$ 3,5 bilhões
América Central recebe US$ 742,6 mi

das agências internacionais

Os países afetados pelo furacão Mitch, na América Central, conseguiram ontem pelo menos US$ 742,6 milhões para ajudar na reconstrução das regiões destruídas.
O maior auxílio, de US$ 300 milhões, foi anunciado pelo Banco de Integração Econômica da América Central. O governo da Suécia destinará US$ 100 milhões e o da Espanha, US$ 107 milhões.
O restante diz respeito aos EUA e a países da Europa.
Parte dos valores anunciados foi destinada ontem mesmo à América Central. Outra parte será enviada nas próximas semanas, segundo os governos.
Apesar dos esforços, a quantia ainda é insuficiente para reparar os danos causados pelo Mitch. Segundo os governos dos países afetados, seriam necessários cerca de US$ 3,5 bilhões para a reconstrução de cidades, estradas e pontes.
Honduras, por exemplo, o país mais afetado e com o maior número de mortos (7.000 de um total de mais de 10 mil), teve 60% de seus prédios e suas estradas destruídos.
O Mitch, que chegou ao Panamá há duas semanas e passou por toda a América Central, deixou também cerca de 19 mil pessoas desaparecidas. Mais de 2,5 milhões centro-americanos ficaram desabrigados na região.
² Dívida externa
Para colaborar com os afetados pela tragédia, a França anunciou a anulação da dívida externa que Nicarágua e Honduras têm com o governo de Paris.
Os nicaraguenses têm uma dívida externa de US$ 9,1 bilhões. Desse total, US$ 65 milhões corresponde ao débito com a França.
Já os hondurenhos devem US$ 27 milhões aos franceses, mas sua dívida total é de US$ 4,5 bilhões.
Os franceses propõem também a criação de um fundo de auxílio à América Central. O governo cubano também anunciou o cancelamento da dívida de US$ 50 milhões com Nicarágua.
O chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schroeder, disse ontem que vai tentar que outros países perdoem as dívidas dos centro-americanos. A Alemanha anularia a dívida desde que houvesse um bloco de outros governos.
² Analfabetismo
O governo hondurenho anunciou o fim do ano letivo dos 250 mil alunos dos ensinos básico e médio por causa da destruição de 2.500 escolas (25% das 10 mil).
Os estudantes já estavam sem aula desde 25 de outubro. O governo estuda a possibilidade de promover automaticamente os alunos.
Os professores, no entanto, terão de ir às escolas para ajudar na limpeza das unidades que não foram destruídas pelo furacão.
Honduras possui taxa de analfabetismo de 31%. Sua população é de 6 milhões de habitantes.



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