São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Viúva de espião envenenado acusa Moscou

Marina Litvinenko não culpa Putin pessoalmente, mas diz que governo pode ter assassinado o marido

DA REDAÇÃO

A viúva do ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto por envenenamento, disse que não acredita que o presidente Vladimir Putin esteja envolvido pessoalmente, mas que acredita que Moscou esteja por trás do assassinato. Marina Litvinenko expressou sua suspeita ontem em Londres, no mesmo dia em que autoridades alemãs anunciaram ter encontrado vestígios da substância polônio 210 em um apartamento em Hamburgo visitado pelo ex-espião na véspera de sua morte.
Marina Litvinenko, 44, relatou a jornais britânicos como foram os últimos dias de seu marido antes da morte por contaminação radioativa. Segundo a viúva, as últimas palavras de Litvinenko foram: "Marina, eu te amo tanto."
Ela contou ao "Mail on Sunday" que confiava nas autoridades britânicas, mas que não falaria com os investigadores russos, pois não acredita que eles falem a verdade. Indagada sobre quem ela culpava, Marina respondeu: "Obviamente não foi o próprio Putin. Mas o que Putin faz na Rússia torna possível que um cidadão britânico seja morto em solo britânico. Creio que as autoridades russas possam ter feito isso."
A substância radioativa encontrada no edifício em Hamburgo em que vive a ex-mulher do empresário Dimitri Kovtun, relacionado ao caso da morte do espião russo, é polônio 210. A confirmação, divulgada pela polícia alemã, reitera a hipótese de Litvinenko ter sido assassinado por envenenamento.
O polônio foi encontrado no banheiro e no sofá do apartamento, localizado no primeiro andar do prédio. A ex-mulher de Kovtun afirmou que ele dormiu no sofá na noite de 30 de outubro, antes de viajar a Londres para se encontrar com Litvinenko. Suspeita-se que o espião tenha sido envenenando neste dia, e sabe-se que Kovtun foi uma das últimas pessoas com quem ele esteve.
De acordo com a polícia, o polônio achado no apartamento significa que o empresário "teve contato com a substância antes de viajar para Londres".
Morto misteriosamente em Londres no dia 23 de novembro por envenenamento com substância radioativa, Litvinenko estava empenhado em chantagear pessoas envolvidas em corrupção no Kremlin, no serviço de inteligência russo e na empresa petrolífera Yukos. A polícia britânica investiga o caso como assassinato.


Com agências internacionais


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