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Viúva de espião envenenado acusa Moscou
Marina Litvinenko não culpa Putin pessoalmente, mas diz que governo pode ter assassinado o marido
DA REDAÇÃO
A viúva do ex-espião russo
Alexander Litvinenko, morto
por envenenamento, disse que
não acredita que o presidente
Vladimir Putin esteja envolvido pessoalmente, mas que
acredita que Moscou esteja por
trás do assassinato. Marina Litvinenko expressou sua suspeita
ontem em Londres, no mesmo
dia em que autoridades alemãs
anunciaram ter encontrado
vestígios da substância polônio
210 em um apartamento em
Hamburgo visitado pelo ex-espião na véspera de sua morte.
Marina Litvinenko, 44, relatou a jornais britânicos como
foram os últimos dias de seu
marido antes da morte por contaminação radioativa. Segundo
a viúva, as últimas palavras de
Litvinenko foram: "Marina, eu
te amo tanto."
Ela contou ao "Mail on Sunday" que confiava nas autoridades britânicas, mas que não falaria com os investigadores russos, pois não acredita que eles
falem a verdade. Indagada sobre quem ela culpava, Marina
respondeu: "Obviamente não
foi o próprio Putin. Mas o que
Putin faz na Rússia torna possível que um cidadão britânico
seja morto em solo britânico.
Creio que as autoridades russas
possam ter feito isso."
A substância radioativa encontrada no edifício em Hamburgo em que vive a ex-mulher
do empresário Dimitri Kovtun,
relacionado ao caso da morte
do espião russo, é polônio 210.
A confirmação, divulgada pela
polícia alemã, reitera a hipótese de Litvinenko ter sido assassinado por envenenamento.
O polônio foi encontrado no
banheiro e no sofá do apartamento, localizado no primeiro
andar do prédio. A ex-mulher
de Kovtun afirmou que ele dormiu no sofá na noite de 30 de
outubro, antes de viajar a Londres para se encontrar com Litvinenko. Suspeita-se que o espião tenha sido envenenando
neste dia, e sabe-se que Kovtun
foi uma das últimas pessoas
com quem ele esteve.
De acordo com a polícia, o
polônio achado no apartamento significa que o empresário
"teve contato com a substância
antes de viajar para Londres".
Morto misteriosamente em
Londres no dia 23 de novembro
por envenenamento com substância radioativa, Litvinenko
estava empenhado em chantagear pessoas envolvidas em
corrupção no Kremlin, no serviço de inteligência russo e na
empresa petrolífera Yukos. A
polícia britânica investiga o caso como assassinato.
Com agências internacionais
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