São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Presidente do Iraque ataca idéias de grupo de estudos

Jalal Talabani diz que proposta de comissão bipartidária dos EUA é "injusta"

Para o líder curdo, relatório ameaça a soberania do país ao sugerir a presença de oficiais americanos nas Forças Armadas iraquianas

DA REDAÇÃO

O presidente do Iraque, o curdo Jalal Talabani, rejeitou ontem as recomendações do Grupo de Estudos do Iraque, qualificando-as de perigosas e um insulto ao povo de seu país.
O relatório do grupo bipartidário sugere mudanças na política dos EUA para o Iraque, de modo a preparar o caminho para a retiradas das tropas norte-americanas em 2008.
"Acho que o relatório Baker-Hamilton é injusto", afirmou Talabani. "Ele contém artigos muito perigosos, que minam a soberania do Iraque e sua Constituição", disse. "Eu o considero um insulto ao povo iraquiano".
O relatório do grupo -liderado pelo ex-secretário de Estado dos EUA James Baker e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton- pediu um controle mais centralizado das vastas reservas de petróleo iraquianas e recomendou um número maior de oficiais americanos nas forças de segurança iraquianas, de modo a acelerar seu treinamento.
"O relatório pede que sejam colocados oficiais estrangeiros em todas as unidades, o que é uma violação da soberania. O que restará de nossa soberania?", indagou. "O relatório demonstra uma mentalidade segundo a qual somos uma colônia onde os EUA impõem suas condições e negligenciam nossa independência."
Entretanto Hamilton afirmou ontem que mudar a missão militar americana no Iraque, de combate para treinamento, é a melhor opção para estabilizar o país.
"Se você colocar americanos dentro das forças iraquianas, é certo é que você irá melhorar a qualidade das forças iraquianas", afirmou ontem Hamilton ao programa "Meet the Press", da NBC, para o qual foi convidado juntamente com Baker.
No mês passado, o presidente dos EUA, George W. Bush, e o premiê iraquiano, o xiita Nuri al Maliki, chegaram a um consenso sobre acelerar o treinamento de 300 mil soldados iraquianos, para poderem receber dos militares americanos o comando da segurança no país.
Maliki lamentou não poder combater efetivamente a violência sectária e de rebeldes se não tiver controle sobre suas próprias forças, que ainda estão, me grande medida, sob comando dos EUA. Após ter se encontrado com Bush, Maliki tinha a expectativa de assumir o controle das forças iraquianas em junho de 2007.


Com agências internacionais



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