São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Desenho animado recria Bush criança para criticar o estilo do presidente

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Condoleezza Rice é apaixonada por George W. Bush, que faz dela um capacho. Richard Cheney e Donald Rumsfeld são comparsas subservientes de um líder centralizador e autoritário.
A ficção acima, com personagens reais, é o mote do desenho animado "Lil" Bush: Resident of the United States" (Bushzinho: Residente dos EUA), que estréia no início de 2007 na TV americana com escárnio do presidente republicano.
Dono de "South Park" e "Casa Animada", o canal Comedy Central encomendou seis episódios ao roteirista e produtor Donick Cary, de "Os Simpsons".
A história é assim: Bush é um aluno malcomportado da escola primária, só tira nota baixas, é displicente e desatento e faz tudo em nome de Deus. Seus desafetos: Kim Jong-il, o ditador norte-coreano, Saddam Hussein, líder deposto do Iraque, e os democratas John Kerry e Hillary Clinton.
Bombardeia todos, ao brincar com os amigos no salão oval da Casa Branca, à época comandada por Bush pai. Antes, exige de um imaginário presidente francês a entrega urgente de um carregamento de batatas fritas ("french fries", em inglês, para fazer sentido o trocadilho) ou detonará armas atômicas no país. "E isso não é uma negociação", alerta.
Num dos programas piloto, a cantina da escola serve falafel, em vez de cachorro-quente, na hora da merenda. Lil" Bush e turma torturam os funcionários da cozinha com métodos iguais aos que foram revelados em fotos durante o escândalo da prisão de Abu Ghraib. Ao final, é instituído o dia do cachorro-quente na escola. "Consegui de novo", diz Lil" Bush.
Em outro episódio, o personagem, que "tem talento", no dizer do pai, recebe uma mensagem de Deus, a quem revela não querer aprender nada e enxota a chutes.
"Lil" Bush" começou em setembro como seis clipes com duração de cinco minutos e meio cada um oferecidos pela Amp'd Mobile, um serviço de wireless que inclui programação de entretenimento em vídeo com serviços de telefonia celular.
O desenho já está em sites como o YouTube (www.youtube.com). Os episódios originais foram vistos mais de 230 mil vezes.
Em 2001, a Comedy Central havia produzido a sátira "That's My Bush", de Trey Parker e Matt Stone ("criadores de "South Park"), dedicado a zombar de Bush.
Com a saída de Donald Rumsfeld do governo, o produtor Donick Cary disse que está em "processo de convencimento" para que o ex-secretário da Defesa dê voz ao seu próprio personagem no desenho animado.
Até agora, a Casa Branca não se manifestou. Segundo Cary, Lil" Bush é a melhor notícia que os republicanos receberam desde a invasão do Iraque.


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