São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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Ameaçada na Bolívia, Queiroz Galvão transfere contrato para OAS

Obras de estradas, paralizadas, devem ser concluídas pela construtora OAS

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Ameaçada ser expulsa da Bolívia, a construtora Queiroz Galvão transferiu a outra empreiteira brasileira, a OAS, o contrato para terminar a construção de duas estradas no sul do país. As obras estavam paralisadas há mais de um ano, quando o governo Evo Morales passou a exigir da empresa a reparação de dezenas de quilômetros de fissuras nas pistas recém-construídas.
Segundo a Folha apurou, a Queiroz Galvão cederá seus equipamentos à OAS para a retomada das obras, já 70% concluídas. Até ontem, não estava claro se o governo boliviano aceitou a transferência do contrato ou se a nova empreiteira também exigiria mais dinheiro para completar a obra.
Ontem, vencia o ultimato dado pela Bolívia para que a Queiroz Galvão reassumisse a construção das obras, sob pena de rescisão contratual. A empresa exigia cerca de US$ 45 milhões para reparar os trechos danificados, condição considerada inaceitável por Morales.
Procuradas pela reportagem, tanto a QG quanto a OAS se recusaram a comentar sobre a transferência do contrato. A Folha também procurou a Agência Boliviana de Estradas, mas não houve resposta aos pedidos de esclarecimento.
A Queiroz Galvão teve o contrato rescindido em 2007 por se recusar a consertar as fissuras, sob a alegação de que o problema estava no projeto, que exigia pavimento rígido (concreto), inadequado à região.
Moras recuou da expulsão após intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final do ano passado. Mas o impasse continuou depois que a QG passou a exigir mais recursos para retomar as obras.
A estrada não é o primeiro problema da QG na Bolívia. No começo de 2007, um túnel recém-construído pela empresa perto da fronteira com a Argentina desmoronou.
O projeto está orçado em US$ 198 milhões e envolve a construção das estradas Potosí-Cotagaita e Tarija-Potosí, num total de 433 km. Cerca de US$ 120 milhões foram financiados pelo Proex (Programa de Financiamento às Exportações do Banco do Brasil).


Colaborou AGNALDO BRITO, da Reportagem Local


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