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Franceses narram contato com seqüestradores
DA REDAÇÃO
"Precisamos levar nossa luta à
Europa. Já estamos em 60 países."
Foi essa uma das confidências ouvidas de terroristas islâmicos pelos jornalistas franceses Christian
Chesnot e Georges Malbrunot, seqüestrados entre agosto e dezembro do ano passado no Iraque.
Em entrevista ao programa
"Hard Talk", da BBC, eles relataram as convicções dos radicais
que os mantiveram como reféns.
Contaram ter sido prisioneiros
do Exército Islâmico do Iraque,
um dos grupos vinculados à Al
Qaeda e cujos dirigentes mantêm
ou mantiveram contatos diretos
com Osama bin Laden.
Segundo um dos terroristas, há
uma "divisão de trabalho" no Iraque entre a sua organização e outros grupos insurgentes, como o
dirigido pelo jordaniano Abu
Musab Al Zarqawi.
"Quando Zarqawi está em dificuldades, mandamos nossos homens para ajudá-lo", disse um
dos terroristas. Havia entre eles
sauditas e iemenitas.
Disseram ter por objetivo imediato derrubar os regimes do Egito e da Arábia Saudita, que consideram como traidores exemplares do islamismo.
Os dois jornalistas franceses disseram à BBC que foram salvos em
razão de sua nacionalidade e por
se comunicarem com os seqüestradores em árabe.
Em algumas ocasiões disseram-lhes que que, se fossem americanos ou britânicos -cujos países
lideraram a invasão do Iraque-
teriam sido mortos "como cães",
a exemplo de outros reféns.
Indagados se a França havia pago um resgate para que fossem libertados, Malbrunot respondeu
laconicamente: "Creio que houve
negociações."
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