|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oposição planeja "grande mobilização" anti-Chávez
Governista diz que nacionalização começa em fevereiro e que poderá durar um ano
Rosales, principal líder da oposição, diz que Chávez quer ficar no poder "até a morte"; ministro diz que nacionalização é irreversível
Daniel Leclair 10.jan.2007/Reuters
|
Morales, Ortega e Chávez se abraçam durante posse em Manágua (Nicarágua), aonteontem |
DA REDAÇÃO
O principal líder da fragilizada oposição venezuelana, Manuel Rosales, defendeu ontem
uma "grande mobilização" contra a proposta do presidente
Hugo Chávez de implantar um
regime socialista no país.
"Queremos anunciar uma
grande mobilização por toda a
Venezuela para conscientizar a
coletividade venezuelana sobre
a concentração de poder" de
Chávez, disse Rosales, governador do Estado petroleiro de Zulia, em entrevista coletiva.
Chávez "se considera um
predestinado, como sucessor
do pensamento de Simón Bolívar na Venezuela e tenta se perpetuar no poder com a sua turma", afirmou Rosales, que obteve 37% dos votos nas eleições
presidenciais de dezembro.
Para o oposicionista, Chávez
pretende "deixar o poder apenas na morte", ao estilo do ditador cubano Fidel Castro.
A entrevista coletiva de Rosales foi a primeira desde que
Chávez anunciou, na terça-feira, as principais medidas do novo mandato, que incluem a privatização do setor elétrico, da
principal empresa de telecomunicações do país, mais poderes para o Executivo e uma reforma constitucional.
Embora tenha obtido uma
votação expressiva, Rosales lidera uma oposição sem representantes na Assembléia Nacional por causa do boicote às
eleições legislativas de dezembro de 2005, sob a alegação de
que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é controlado pelo
governo. Os chavistas também
controlam a maioria das prefeituras e dos governos estaduais.
Mudanças econômicas
Aos poucos, porta-vozes do
governo vêm detalhando os
anúncios feitos por Chávez
nesta semana. Em entrevista à
agência Bloomberg, o chefe do
Comitê de Finanças da Assembléia Nacional, Ricardo Sanguino, disse ontem que a nacionalização será paga usando uma
pequena parte das reservas internacionais da Venezuela, estimadas em US$ 36 bilhões.
Sanguino disse que não sabe
quanto custaria a nacionalização dessas empresas, que incluem a Cantv (telecomunicações) e a Electricidad de Caracas, ambas com sócios norte-americanos, mas que o processo deve começar no mês que
vem e pode durar um ano.
Apesar da promessa de que
haverá indenização, o governo
venezuelano admitiu ontem
que não foi definido o mecanismo para fazer a nacionalização
"O mais provável é que seja redigida uma Lei de Nacionalização" proposta pelo Executivo,
afirmou o ministro das Finanças, Rodrigo Cabezas. Todo o
setor elétrico será estatizado,
numa decisão "irreversível".
Sobre as as quatro concessões em mãos de empresas estrangeiras na região petroleira
do Orinoco, Cabezas disse que,
se o Estado não conseguir o
controle acionário, elas serão
totalmente nacionalizadas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Afeganistão: Otan diz ter matado 80 militantes do Taleban Próximo Texto: Ortega recebe ajuda de Chávez e mantém livre comércio com EUA Índice
|