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Ortega recebe ajuda de Chávez e mantém livre comércio com EUA
DA REDAÇÃO
No primeiro dia de volta à
Presidência da Nicáragua, Daniel Ortega recebeu um pacote
de ajuda do presidente venezuelano Hugo Chávez e filiou
seu país à Alternativa Bolivariana das Américas (Alba).
A Alba é o movimento contrário à Alca liderado pelo presidente venezuelano e do qual
fazem parte Bolívia e Cuba.
Apesar de entrar na associação de esquerda, Ortega disse,
em seu discurso de posse, na
noite de quarta-feira, que manterá o tratado de livre comércio
com os Estados Unidos.
O malabarismo de agradar os
colegas de esquerda e os Estados Unidos ao mesmo tempo é
uma nova faceta de Ortega.
O líder da Frente Sandinista
de Libertação Nacional foi
grande inimigo dos americanos
nos anos 1980. Governou entre
1979 e 1990, depois de seu movimento guerrilheiro, depois
transformado em partido, derrubar o ditador Anastacio Somoza. Durante todo seu governo, o país foi palco de um importante confronto dos últimos
anos da Guerra Fria. Enquanto
os sandinistas recebiam apoio
de Cuba, os EUA patrocinavam
os rebeldes "contras".
O final de seu governo foi
marcado por escândalos de corrupção e crises econômicas.
Desde 1990, Ortega concorreu
três vezes para voltar ao cargo e
foi derrotado em todas. Em 5 de
novembro, com apoio do ex-presidente Arnoldo Alemán,
um populista de direita, venceu
as eleições com 38% dos votos.
Em seu discurso, Ortega prometeu combater a corrupção e
a pobreza, que afeta 70% dos
nicaragüenses. E que não haverá privatizações.
Filho com petróleo
Chávez se tornou a estrela da
posse, que foi atrasada em uma
hora e meia para que ele conseguisse chegar a Manágua, vindo
de sua posse em Caracas.
O venezuelano foi o primeiro
a discursar na "festa popular",
após as cerimônias oficiais, para 100 mil pessoas na Praça da
Fé João Paulo 2º, em Manágua:
"Deixe-me servi-la, Nicarágua,
e eu serei teu filho. A Venezuela
será uma irmã, uma filha para a
Nicarágua."
O pacote de ajuda de Chávez
deve chegar a US$ 600 milhões.
Dentro dos acordos, a Nicarágua deve receber petróleo a
preços vantajosos e 32 usinas
geradoras de eletricidade para
combater o déficit de energia
de que o país sofre há um ano.
Durante a campanha eleitoral, Chávez forneceu petróleo
barato às prefeituras governadas pelos sandinistas. Ortega
disse que o acordo será institucionalizado pelo Estado.
A primeira-dama, Rosario
Murillo, será secretária de Comunicação. A maior parte do
ministério é composta por antigos companheiros sandinistas que já fizeram parte do anterior governo de Ortega.
Com agências internacionais
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