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Documento expõe abusos do Estado
DE PEQUIM
Os casos de repressão e
censura têm se multiplicado na China. Organizações
de direitos humanos acusam o governo de assustar
a oposição e tentar passar
uma imagem de sociedade
harmoniosa ao mundo - à
força. Relatório divulgado
ontem pela organização
China Human Rights Defenders acusa o governo
de intimidar e prender ativistas que buscam levar
questões de desrespeito
aos direitos humanos a autoridades nacionais.
No fim de semana foi liberado o advogado Teng
Biao, 34, que passou 48
horas incomunicável após
ser abduzido por quatro
homens, que colocaram
um saco em sua cabeça e o
levaram em um carro sem
placa, segundo sua esposa.
Só depois se soube que
ele foi preso pela polícia,
mas sem nenhuma acusação específica divulgada.
Às agências internacionais
Teng afirmou que havia sido levado pela polícia, que
estava bem, mas que não
era "conveniente dar mais
detalhes".
O advogado tem vários
outros dissidentes como
clientes. Entre eles está o
ativista Hu Jia, 34, conhecido por defender a autonomia do Tibete e os direitos humanos, preso desde
dezembro por "incitação à
subversão". Vários sites
críticos ao governo têm sido bloqueados na internet.
Os últimos pertencem a
organizações não-governamentais que defendem
pacientes com Aids e Hepatite B e que acusam o governo de descaso quanto
às doenças. Cerca de 20 sites foram retirados do ar
na semana passada.
"O governo chinês tem
intensificado a repressão
contra qualquer tipo de
oposição às vésperas dos
Jogos Olímpicos", disse à
Folha Phelim Kine, pesquisador para a Ásia da
ONG Human Rights
Watch. "Estão desesperados por silenciar qualquer
sinal de discordância e
passar uma imagem ao
mundo de sociedade harmoniosa, mesmo usando a
intimidação."
A crescente censura não
se limita a conteúdos políticos oposicionistas. Na
sexta-feira, o governo
proibiu imagens sexuais
na televisão e no cinema,
após já ter suspendido a
exibição de filmes de terror e de suspense.
(RJL)
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