São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000


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FRANÇA
Filósofo existencialista não gostava de homenagens oficiais
Paris dá nome de praça a Sartre e Simone de Beauvoir

MÁRCIO SENNE DE MORAES
especial para a Folha

A Prefeitura de Paris homenageou ontem o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre e sua companheira, a escritora Simone de Beauvoir, dando o nome dos dois a uma praça localizada junto ao Boulevard Saint-Germain, local muito frequentado pelo casal.
Tanto o filósofo, que chegou a recusar o Prêmio Nobel de Literatura em 1964, como a escritora eram contra reconhecimento ou homenagens oficiais.
Participaram da cerimônia, na qual o prefeito Jean Tibéri descerrou uma placa comemorativa, a filha adotiva da autora de "O Segundo Sexo", Sylvie Lebon de Beauvoir, e o diretor da revista "Temps Modernes", fundada por Sartre, Claude Lanzmann.
A praça, que a partir de ontem leva o nome do famoso casal, localiza-se na margem esquerda do rio Sena, palco da efervescência do movimento existencialista, ao qual também pertencia Albert Camus, nas décadas de 1950 e 1960.
Situa-se no cruzamento do Boulevard Saint-Germain com a rua Bonaparte, local onde se encontram o mítico café de "Deux Magots", onde Sartre teria escrito "A Náusea", e a igreja de Saint-Germain-des-Prés.
Sartre (1905-1980), que era próximo do movimento comunista francês até maio de 1968, quando greves gerais de trabalhadores e um forte movimento estudantil abalaram a cena política francesa, escreveu "O Ser e o Nada", "As Mãos Sujas", "A Idade da Razão" e "Em Defesa dos Intelectuais", entre outros livros.
Beauvoir (1908-1986), pioneira na defesa dos direitos da mulher e do feminismo francês, foi muito prolífica e inovadora. Figuram entre suas obras "A Velhice", "A Força das Coisas", "A Mulher Desiludida" e "Uma Morte Muito Suave".


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