São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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TERROR

Vítimas incluem líderes sunitas; nenhum grupo assumiu autoria do ataque, que detonou onda de vandalismo em Karachi

Atentado em festa religiosa mata 57 no Paquistão

DA REDAÇÃO

Um ataque suicida durante uma cerimônia religiosa em Karachi, no sul do Paquistão, matou ontem ao menos 57 pessoas, incluindo o líder de um importante grupo muçulmano sunita, e feriu cerca de cem, afirmou a polícia.
Forças militares foram colocadas em alerta para conter atos de violência e vandalismo que se espalharam pela maior cidade paquistanesa após o atentado, com jovens incendiando veículos e postos de gasolina.
Mais de 10 mil pessoas estavam reunidas no parque de Nishtar, no centro de Karachi, em uma cerimônia para celebrar o aniversário do profeta Maomé, quando a explosão ocorreu, no início da noite.
A polícia afirmou que o suicida estava vestido como os demais fiéis e sentado atrás de líderes do grupo sunita moderado Tehrik, diante de um palco onde se faziam sermões. Entre os mortos estavam o líder do Tehrik, Abbas Qadri, e seu vice, Iftikhar Bhatti.
"Quem quer que tenha feito isso não era um muçulmano", disse Tanveer Shafi, outro líder do grupo sunita.
Nenhum grupo assumiu a autoria da explosão, mas ataques semelhantes na região têm sido ligados a tensões sectárias entre sunitas e xiitas, e a maioria foi imputada a grupos extremistas ilegais.
"É um incidente muito infeliz", disse o ministro do Interior paquistanês, Aftab Khan Sherpao.
Um tumulto irrompeu no parque após a explosão. As pessoas corriam em diferentes direções, muitas tentando carregar os feridos para as ambulâncias. Policiais dispararam tiros para o alto para dispersar a multidão.
"Vi pedaços de corpos por toda parte. Vi pessoas coletando os pedaços e colocando nas ambulâncias", disse uma testemunha.
Karachi tem sido palco de diversos atentados desde que o Paquistão se tornou um aliado dos EUA na guerra ao terror após o 11 de Setembro. O ataque de ontem foi o mais letal no país desde março de 2005, quando uma explosão matou 43 pessoas em um santuário xiita na Província de Balusquistão.
O ditador paquistanês, Pervez Musharraf, condenou o ataque e ordenou que se incrementasse a segurança em eventos religiosos, acrescentando que os culpados "não passarão incólumes".


Com agências internacionais

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