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CRIME
Bernardo Provenzano, preso perto de Corleone, estava foragido havia 43 anos e comandava a Cosa Nostra desde 1993
Itália prende o principal chefe da Máfia
DA REDAÇÃO
Foi preso ontem Bernardo Provenzano, mafioso italiano que estava foragido desde 1963. Conhecido como "chefe dos chefes", ele
foi preso nas cercanias da cidade
de Corleone, na Sicília.
A polícia italiana havia montado um esquema de vigilância sobre sua família e conseguiu chegar
a uma residência rural onde Provenzano, 73, se rendeu.
Durante os anos em que se escondeu, Provenzano foi condenado à prisão perpétua por mais de
uma dúzia de homicídios -de
mafiosos e autoridades.
A prisão do "Fantasma de Corleone" desviou a atenção da mídia
da apuração das apertadas eleições parlamentares.
Quando o mafioso saiu do carro
da polícia em Palermo, foi recebido por uma multidão que gritava
contra ele: "Assassino".
Segundo as autoridades, câmeras que acompanhavam a movimentação de suspeitos de cumplicidade com o mafioso forneceram
as informações que determinaram a prisão. Os investigadores
relataram que perceberam um
carregamento sair da casa da mulher de Provenzano havia alguns
dias. Um carro foi deixando partes do carregamento em outras
casas e ontem rumou ao sítio onde o homem foi preso. Era uma
carga de lavanderia a que levou ao
fugitivo número um da Itália, disseram as autoridades.
Delatores haviam contado à polícia que Provenzano escapou por
tantos anos usando casas de camponeses sicilianos para pernoitar.
A ilha é um pólo da atividade mafiosa, célebre pela desconfiança
que a população comum tem em
relação às autoridades.
A Máfia hoje
Segundo promotores, Provenzano assumiu o comando da Máfia siciliana em 1993, depois que o
"chefe dos chefes" anterior, Salvatore "Totó" Riina, foi preso em
Palermo. Na época, estava em
curso a Operação Mãos Limpas,
que desbaratou esquemas mafiosos e enfraqueceu as organizações
criminosas de todo o país.
Liderando a chamada Cosa
Nostra, Provenzano mudou as
atividades da Máfia. Segundo as
autoridades, a máfia nos últimos
anos trocou gradativamente as
atividades de tráfico de drogas e
extorsão por crimes do colarinho
branco -no caso da Cosa Nostra,
relacionados a licitações de serviços públicos sicilianos.
Assim, diferentemente de quando Riina liderava, a Cosa Nostra
sob o comando de Provenzano teria diminuído a prática de explosões e tiroteios.
Mesmo enfraquecida, a máfia
italiana ainda tem poder, como
atestam denúncias de manipulação eleitoral -mafiosos teriam
exigido que eleitores mandassem
fotos das cédulas por celular como prova de obediência.
Com agências internacionais
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