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Al Qaeda do Magreb surgiu em janeiro
DA REDAÇÃO
A organização Al Qaeda
nos Países do Magreb Islâmico surgiu em janeiro,
quando o Grupo Salafista para a Predicação e o Combate
(GSPC) anunciou publicamente sua ligação com a Al
Qaeda.
O GSPC, por sua vez, é uma
organização dissidente do
Grupo Islâmico Armado
(GIA), que teve uma forte
atuação durante a guerra civil da Argélia e é considerado
uma organização terrorista
pelos Estados Unidos e pela
França. O movimento já era
temido pelos franceses, que
colonizaram o país até 1962 e
o consideravam a maior
ameaça terrorista na Argélia.
Um dos episódios trágicos
da história argelina, a guerra
civil explodiu depois que autoridades cancelaram as eleições legislativas de 1992, a
fim de barrar a ascensão da
Frente Islâmica de Salvação
(FIS), que aparecia como
vencedora no primeiro turno
do pleito.
A legislação eleitoral havia
sido modificada para favorecer os laicos da Frente de Libertação Nacional (FLN),
herdeira da guerra de independência contra a França.
A decisão provocou um levante organizado pelo Exército Islâmico de Salvação, o
braço armado da frente.
Durante a quase década
em que durou o conflito, entre 150 mil e 200 mil pessoas,
civis em sua maioria, foram
mortas. Os danos materiais
foram estimados em cerca de
US$ 30 bilhões e a guerra
afastou o turismo, uma das
principais atividades econômicas do país na época.
No momento mais violento da guerra, 200 argelinos
morriam por mês, numa luta
entre militantes islâmicos,
Forças Armadas e grupos paramilitares. Uma comissão
do governo revelou, em
2005, que as forças de segurança foram responsáveis
pelo desaparecimento de
mais de 6.000 pessoas durante a guerra civil.
A violência em larga escala
diminuiu em 1998 e, nos últimos anos, o governo promoveu uma campanha de reconciliação oferecendo anistia aos rebeldes que entregassem suas armas, desde
que eles não tivessem cometido massacres, estupros e
atentados a locais públicos.
Desde então, milhares de militantes islâmicos se entregaram às autoridades e houve
libertação de pessoas que lutaram durante a guerra. Mas
alguns se recusaram a deixar
a luta armada.
No início deste ano, focos
de violência voltaram a surgir no país e, desde o começo
de abril, o Exército tem lançado ofensivas contra militantes instalados nas montanhas próximas a Argel. Recentemente, vários países
árabes, como Jordânia, Arábia Saudita e Marrocos, sofreram ataques atribuídos à
Al Qaeda do Magreb.
Com agências internacionais, "Le Monde" e
"Independent"
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