São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Al Qaeda do Magreb surgiu em janeiro

DA REDAÇÃO

A organização Al Qaeda nos Países do Magreb Islâmico surgiu em janeiro, quando o Grupo Salafista para a Predicação e o Combate (GSPC) anunciou publicamente sua ligação com a Al Qaeda.
O GSPC, por sua vez, é uma organização dissidente do Grupo Islâmico Armado (GIA), que teve uma forte atuação durante a guerra civil da Argélia e é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela França. O movimento já era temido pelos franceses, que colonizaram o país até 1962 e o consideravam a maior ameaça terrorista na Argélia.
Um dos episódios trágicos da história argelina, a guerra civil explodiu depois que autoridades cancelaram as eleições legislativas de 1992, a fim de barrar a ascensão da Frente Islâmica de Salvação (FIS), que aparecia como vencedora no primeiro turno do pleito.
A legislação eleitoral havia sido modificada para favorecer os laicos da Frente de Libertação Nacional (FLN), herdeira da guerra de independência contra a França.
A decisão provocou um levante organizado pelo Exército Islâmico de Salvação, o braço armado da frente.
Durante a quase década em que durou o conflito, entre 150 mil e 200 mil pessoas, civis em sua maioria, foram mortas. Os danos materiais foram estimados em cerca de US$ 30 bilhões e a guerra afastou o turismo, uma das principais atividades econômicas do país na época.
No momento mais violento da guerra, 200 argelinos morriam por mês, numa luta entre militantes islâmicos, Forças Armadas e grupos paramilitares. Uma comissão do governo revelou, em 2005, que as forças de segurança foram responsáveis pelo desaparecimento de mais de 6.000 pessoas durante a guerra civil.
A violência em larga escala diminuiu em 1998 e, nos últimos anos, o governo promoveu uma campanha de reconciliação oferecendo anistia aos rebeldes que entregassem suas armas, desde que eles não tivessem cometido massacres, estupros e atentados a locais públicos. Desde então, milhares de militantes islâmicos se entregaram às autoridades e houve libertação de pessoas que lutaram durante a guerra. Mas alguns se recusaram a deixar a luta armada.
No início deste ano, focos de violência voltaram a surgir no país e, desde o começo de abril, o Exército tem lançado ofensivas contra militantes instalados nas montanhas próximas a Argel. Recentemente, vários países árabes, como Jordânia, Arábia Saudita e Marrocos, sofreram ataques atribuídos à Al Qaeda do Magreb.


Com agências internacionais, "Le Monde" e "Independent"


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