São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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Policiais são condenados por agredir negro

de Nova York

O julgamento do caso mais explosivo de suposto racismo praticado pela polícia de Nova York terminou na última terça-feira, com a condenação de dois policiais por agressão -que podem pegar prisão perpétua- e a absolvição de outros três.
Na noite de 9 de agosto de 1997, o imigrante haitiano Abner Louima, então com 30 anos, foi detido depois de uma briga do lado de fora de uma discoteca.
Louima disse ao júri que, depois de detido, foi levado ao banheiro de uma delegacia e torturado sexualmente.
Um dos policiais, Justin Volpe, teria enfiado em seu ânus e em sua boca o cabo de um desentupidor de pias.
Volpe negou a acusação até o fim do mês passado, quando depoimentos de outros policiais o forçaram a se declarar culpado.
Outro policial, Charles Schwarz, que alega inocência, foi condenado sob a acusação de ter ajudado Volpe a torturar Louima.
Apesar de Louima ter negado no julgamento ter ouvido frases racistas dos policiais, líderes da comunidade negra disseram que o imigrante só foi torturado por ser negro. Os cinco policiais acusados são brancos.
A polícia de Nova York não dispõe de estatísticas sobre a raça das pessoas abordadas. Mas a morte de outro imigrante negro no início do ano, Amadou Diallo, que levou 41 tiros de policiais brancos, reforçou a suspeita de racismo.
Tanto o caso de Louima como o de Diallo motivaram a realização de manifestações de rua contra a polícia.


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