UOL


São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Seguranças palestinos atiram contra membro do Hamas; grupo terrorista lança granadas contra QG da polícia

Forças de Mazen atacam Hamas em Gaza

DA REDAÇÃO

Um conflito entre as forças de segurança palestinas e o grupo terrorista Hamas ontem na faixa de Gaza expôs as tensões entre os palestinos. Guarda-costas do chefe de segurança do governo palestino, Mohammad Dahlan, homem de confiança do premiê Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), atiraram contra um membro do Hamas que, segundo eles, estaria armado e representaria uma ameaça ao comboio de Dahlan.
O incidente ocorreu após reunião de Dahlan com o ministro da Defesa israelense, Shaul Mofaz, na qual o segundo exigiu mais empenho das forças palestinas em desmantelar os grupos terroristas.
Após a reunião, o comboio de Dahlan trafegava por uma rua de Gaza quando o homem, supostamente armado, foi considerado uma ameaça. O Hamas identificou o ferido como um de seus integrantes, mas negou que ele pretendesse atacar Dahlan. Mais tarde, militantes do Hamas jogaram granadas contra o QG da polícia.
O incidente é o último de uma série de sinais de uma disputa de poder na cúpula da liderança palestina. Ontem, o jornal israelense "Haaretz" noticiou que Iasser Arafat, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), teria acusado o premiê Mazen de "trair os interesses do povo palestino".
"Como ousa ficar ao lado de uma bandeira israelense e de Sharon e agir de forma amigável com um homem cuja história é conhecida por todo o mundo", teria dito ele em encontro com o enviado da ONU, Terje Roed-Larsen.
Mais tarde, fontes palestinas negaram a declaração.
Arafat indicou Mazen ao cargo de premiê após os EUA terem condicionado a apresentação do plano de paz à sua nomeação. Ele é considerado moderado e condena o uso da violência na Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de 2000).
Os principais grupos terroristas palestinos concordaram com um cessar-fogo, mas ameaçam rompê-lo porque Israel não quer libertar a maioria dos 7.000 presos palestinos. O país aceita libertar algumas centenas de presos que não estejam envolvidos na morte de israelenses.

Encontro com Bush
Numa tentativa de impulsionar o plano de paz, o governo de George W. Bush teria adiantado uma visita do premiê israelense, Ariel Sharon, aos EUA, prevista para setembro. Segundo um oficial israelense, Sharon deverá viajar na última semana de julho.
A rádio pública israelense anunciou que Mazen também seria convidado para ir à Casa Branca em agosto, mas não houve confirmação. O premiê só poderia viajar aos EUA com a aprovação de Arafat e do Parlamento palestino.
Em entrevista publicada ontem pelo jornal italiano "Corriere della Sera", Sharon disse que pretendia fortalecer Mazen, mas rejeitou soltar acusados de envolvimento em ataques terroristas.
"Libertaremos outros, mas não assassinos, não aqueles que têm sangue em suas mãos", afirmou.
O Hamas ameaçou ontem sequestrar soldados israelenses se Israel não libertar todos os prisioneiros palestinos de suas prisões.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Artigo: O mundo ainda vai ouvir muito sobre a Terceira Via
Próximo Texto: Entrevista: Reformas contam mais que rixa com Itália, diz Schröder
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.