|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Seguranças palestinos atiram contra membro do Hamas; grupo terrorista lança granadas contra QG da polícia
Forças de Mazen atacam Hamas em Gaza
DA REDAÇÃO
Um conflito entre as forças de
segurança palestinas e o grupo
terrorista Hamas ontem na faixa
de Gaza expôs as tensões entre os
palestinos. Guarda-costas do chefe de segurança do governo palestino, Mohammad Dahlan, homem de confiança do premiê
Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), atiraram
contra um membro do Hamas
que, segundo eles, estaria armado
e representaria uma ameaça ao
comboio de Dahlan.
O incidente ocorreu após reunião de Dahlan com o ministro da
Defesa israelense, Shaul Mofaz, na
qual o segundo exigiu mais empenho das forças palestinas em desmantelar os grupos terroristas.
Após a reunião, o comboio de
Dahlan trafegava por uma rua de
Gaza quando o homem, supostamente armado, foi considerado
uma ameaça. O Hamas identificou o ferido como um de seus integrantes, mas negou que ele pretendesse atacar Dahlan. Mais tarde, militantes do Hamas jogaram
granadas contra o QG da polícia.
O incidente é o último de uma
série de sinais de uma disputa de
poder na cúpula da liderança palestina. Ontem, o jornal israelense
"Haaretz" noticiou que Iasser
Arafat, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), teria
acusado o premiê Mazen de "trair
os interesses do povo palestino".
"Como ousa ficar ao lado de
uma bandeira israelense e de Sharon e agir de forma amigável com
um homem cuja história é conhecida por todo o mundo", teria dito
ele em encontro com o enviado da
ONU, Terje Roed-Larsen.
Mais tarde, fontes palestinas negaram a declaração.
Arafat indicou Mazen ao cargo
de premiê após os EUA terem
condicionado a apresentação do
plano de paz à sua nomeação. Ele
é considerado moderado e condena o uso da violência na Intifada
(revolta palestina contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de 2000).
Os principais grupos terroristas
palestinos concordaram com um
cessar-fogo, mas ameaçam rompê-lo porque Israel não quer libertar a maioria dos 7.000 presos
palestinos. O país aceita libertar
algumas centenas de presos que
não estejam envolvidos na morte
de israelenses.
Encontro com Bush
Numa tentativa de impulsionar
o plano de paz, o governo de
George W. Bush teria adiantado
uma visita do premiê israelense,
Ariel Sharon, aos EUA, prevista
para setembro. Segundo um oficial israelense, Sharon deverá viajar na última semana de julho.
A rádio pública israelense anunciou que Mazen também seria
convidado para ir à Casa Branca
em agosto, mas não houve confirmação. O premiê só poderia viajar aos EUA com a aprovação de
Arafat e do Parlamento palestino.
Em entrevista publicada ontem
pelo jornal italiano "Corriere della
Sera", Sharon disse que pretendia
fortalecer Mazen, mas rejeitou
soltar acusados de envolvimento
em ataques terroristas.
"Libertaremos outros, mas não
assassinos, não aqueles que têm
sangue em suas mãos", afirmou.
O Hamas ameaçou ontem sequestrar soldados israelenses se
Israel não libertar todos os prisioneiros palestinos de suas prisões.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: O mundo ainda vai ouvir muito sobre a Terceira Via Próximo Texto: Entrevista: Reformas contam mais que rixa com Itália, diz Schröder Índice
|