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IRAQUE SOB TUTELA
Estudo é suíço
39 mil já morreram no Iraque desde a invasão
DA REDAÇÃO
Pelo menos dez soldados iraquianos foram mortos em dois
ataques da insurgência na manhã
de ontem, após um domingo sangrento em que 57 pessoas morreram. Paralelamente, tiroteios entre militares americanos e insurgentes na região de Tal Afar, norte
do país, culminaram na morte de
seis civis e 14 supostos rebeldes.
Um estudo do Instituto Superior de Estudos Internacionais da
Universidade de Genebra (HEI,
pelo nome em francês), lançado
ontem, afirma que cerca de 39 mil
iraquianos foram mortos em
combates, ataques da insurgência
ou atentados desde a invasão do
país pela coalizão liderada pelos
EUA, em março de 2003.
O número é bem superior ao da
Iraqi Body Count, uma organização independente que, desde o
início da guerra, compila notícias
de mortes violentas no país e estima as vítimas entre 22,8 mil e 25,8
mil. Já uma estimativa lançada no
mês passado pelo governo iraquiano diz que cerca de 12 mil civis foram mortos nos 18 meses
iniciados em janeiro de 2004.
A compilação do HEI, divulgada em uma conferência da ONU,
toma como base um estudo divulgado em outubro último pela publicação médica britânica "The
Lancet", segundo o qual houve
"um excesso de 100 mil mortes"
no Iraque desde março de 2003
por diferentes causas. Esse levantamento, rechaçado na época pelo
governo britânico, comparava os
dados de mortalidade no país
com números referentes ao período pré-guerra.
O HEI afirmou ter apurado as
39 mil mortes reexaminando os
dados brutos levantados pelo
"Lancet" e separando apenas as
mortes resultantes de combate ou
de violência armada.
Ataques e tiroteios
O palco da violência ontem foi
Khalis, 70 quilômetros ao norte
de Bagdá, na região do Triângulo
Sunita. Por volta das 5h (horário
local), oito soldados iraquianos
foram mortos em um ataque com
morteiros e tiros de metralhadoras contra uma barreira militar.
Uma hora e meia depois, um
carro-bomba explodiu ao lado de
uma patrulha iraquiana, matando
mais dois soldados. O braço iraquiano da rede terrorista Al Qaeda reivindicou a autoria dos ataques em um comunicado na internet, mas a autenticidade do
texto não pôde ser comprovada.
Em Tal Afar, 420 km ao norte da
capital, pelo menos seis civis morreram e 22 foram feridos em tiroteios que começaram domingo e
se estenderam até ontem, segundo a polícia local. A cidade, habitada por curdos, árabes e turcomanos, é considerada uma rota
de combatentes estrangeiros que,
segundo os EUA, entram no país
pela fronteira com a Síria.
O comando americano informou ter matado 14 supostos insurgentes. Os EUA também
anunciaram a morte de dois marines na véspera, durante uma
operação em Hit (oeste).
Constituição
Dois sunitas recentemente integrados à comissão encarregada
de redigir a Constituição iraquiana renunciaram ontem sob alegação de estarem sofrendo ameaças
de morte.
O grupo, no qual a maioria é xiita, havia sido expandido em 15 assentos após semanas de negociação para aumentar a representatividade sunita no processo.
Com agências internacionais
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