São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Estudo é suíço

39 mil já morreram no Iraque desde a invasão

DA REDAÇÃO

Pelo menos dez soldados iraquianos foram mortos em dois ataques da insurgência na manhã de ontem, após um domingo sangrento em que 57 pessoas morreram. Paralelamente, tiroteios entre militares americanos e insurgentes na região de Tal Afar, norte do país, culminaram na morte de seis civis e 14 supostos rebeldes.
Um estudo do Instituto Superior de Estudos Internacionais da Universidade de Genebra (HEI, pelo nome em francês), lançado ontem, afirma que cerca de 39 mil iraquianos foram mortos em combates, ataques da insurgência ou atentados desde a invasão do país pela coalizão liderada pelos EUA, em março de 2003.
O número é bem superior ao da Iraqi Body Count, uma organização independente que, desde o início da guerra, compila notícias de mortes violentas no país e estima as vítimas entre 22,8 mil e 25,8 mil. Já uma estimativa lançada no mês passado pelo governo iraquiano diz que cerca de 12 mil civis foram mortos nos 18 meses iniciados em janeiro de 2004.
A compilação do HEI, divulgada em uma conferência da ONU, toma como base um estudo divulgado em outubro último pela publicação médica britânica "The Lancet", segundo o qual houve "um excesso de 100 mil mortes" no Iraque desde março de 2003 por diferentes causas. Esse levantamento, rechaçado na época pelo governo britânico, comparava os dados de mortalidade no país com números referentes ao período pré-guerra.
O HEI afirmou ter apurado as 39 mil mortes reexaminando os dados brutos levantados pelo "Lancet" e separando apenas as mortes resultantes de combate ou de violência armada.

Ataques e tiroteios
O palco da violência ontem foi Khalis, 70 quilômetros ao norte de Bagdá, na região do Triângulo Sunita. Por volta das 5h (horário local), oito soldados iraquianos foram mortos em um ataque com morteiros e tiros de metralhadoras contra uma barreira militar.
Uma hora e meia depois, um carro-bomba explodiu ao lado de uma patrulha iraquiana, matando mais dois soldados. O braço iraquiano da rede terrorista Al Qaeda reivindicou a autoria dos ataques em um comunicado na internet, mas a autenticidade do texto não pôde ser comprovada.
Em Tal Afar, 420 km ao norte da capital, pelo menos seis civis morreram e 22 foram feridos em tiroteios que começaram domingo e se estenderam até ontem, segundo a polícia local. A cidade, habitada por curdos, árabes e turcomanos, é considerada uma rota de combatentes estrangeiros que, segundo os EUA, entram no país pela fronteira com a Síria.
O comando americano informou ter matado 14 supostos insurgentes. Os EUA também anunciaram a morte de dois marines na véspera, durante uma operação em Hit (oeste).

Constituição
Dois sunitas recentemente integrados à comissão encarregada de redigir a Constituição iraquiana renunciaram ontem sob alegação de estarem sofrendo ameaças de morte.
O grupo, no qual a maioria é xiita, havia sido expandido em 15 assentos após semanas de negociação para aumentar a representatividade sunita no processo.


Com agências internacionais

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