São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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GUERRA FRIA
Plano, traçado em 1958, provaria pouso no satélite
Cientistas soviéticos cogitaram explodir bomba nuclear na Lua

do "The Independent"

Se os soviéticos tivessem sido os primeiros a pousar na Lua, eles poderiam, além de hastear sua bandeira, ter detonado uma bomba nuclear para provar que estiveram lá antes de seus rivais.
Dessa forma, "ninguém duvidaria de que a União Soviética era capaz de pousar na superfície da Lua", diz Boris Chertok, 87, um cientista de foguetes do início do programa espacial soviético.
O plano foi tramado em 1958, embora não houvesse como prever os efeitos da explosão na superfície do satélite. Naquela época, os EUA e a União Soviética rivalizavam principalmente pela supremacia dos testes nucleares.
A União Soviética tinha entrado na corrida nuclear em 1949, quando explodiu uma bomba na Sibéria. Nos nove anos seguintes, soviéticos e britânicos fizeram 396 testes de armas nucleares. A Lua seria apenas outro local de teste.
O plano foi abandonado quando os cientistas perceberam que a falta de uma atmosfera lunar não causaria o "cogumelo atômico".
"Nossos físicos acharam que o clarão seria tão breve que talvez nem pudesse ser registrado", completa Chertok.
O astrônomo britânico Martin Rees acredita que a bomba não teria causado danos. "Criaria só mais uma pequena cratera."
Os cientistas soviéticos foram os primeiros a: colocar no espaço um satélite, o Sputnik; pôr em órbita um homem e uma mulher; atingir a Lua com um protótipo, em 1959; pousar uma nave sem tripulação em solo lunar, em 1966. Mas foi um americano o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969.


Tradução de Rodrigo Uchôa


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