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GUERRA FRIA
Plano, traçado em 1958, provaria pouso no satélite
Cientistas soviéticos cogitaram explodir bomba nuclear na Lua
do "The Independent"
Se os soviéticos tivessem sido os
primeiros a pousar na Lua, eles
poderiam, além de hastear sua
bandeira, ter detonado uma bomba nuclear para provar que estiveram lá antes de seus rivais.
Dessa forma, "ninguém duvidaria de que a União Soviética era
capaz de pousar na superfície da
Lua", diz Boris Chertok, 87, um
cientista de foguetes do início do
programa espacial soviético.
O plano foi tramado em 1958,
embora não houvesse como prever os efeitos da explosão na superfície do satélite. Naquela época, os EUA e a União Soviética rivalizavam principalmente pela
supremacia dos testes nucleares.
A União Soviética tinha entrado
na corrida nuclear em 1949, quando explodiu uma bomba na Sibéria. Nos nove anos seguintes, soviéticos e britânicos fizeram 396
testes de armas nucleares. A Lua
seria apenas outro local de teste.
O plano foi abandonado quando os cientistas perceberam que a
falta de uma atmosfera lunar não
causaria o "cogumelo atômico".
"Nossos físicos acharam que o
clarão seria tão breve que talvez
nem pudesse ser registrado",
completa Chertok.
O astrônomo britânico Martin
Rees acredita que a bomba não teria causado danos. "Criaria só
mais uma pequena cratera."
Os cientistas soviéticos foram os
primeiros a: colocar no espaço
um satélite, o Sputnik; pôr em órbita um homem e uma mulher;
atingir a Lua com um protótipo,
em 1959; pousar uma nave sem
tripulação em solo lunar, em 1966.
Mas foi um americano o primeiro
homem a pisar na Lua, em 1969.
Tradução de Rodrigo Uchôa
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