São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Presos são 16

Irã extradita supostos sauditas da Al Qaeda

DA REDAÇÃO

O Irã transferiu para a Arábia Saudita 16 suspeitos de serem combatentes da rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, que haviam fugido do Afeganistão, afirmou ontem o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Hamid Reza Asefi.
Asefi confirmou as declarações do chanceler da Arábia Saudita, príncipe Saud al-Faisal, publicadas ontem em reportagem do jornal "Washington Post", segundo a qual 16 combatentes sauditas pertencentes à rede terrorista Al Qaeda teriam sido transferidos para seu país em junho passado.
"O Irã, dentro do quadro de resoluções do Conselho de Segurança da ONU, transferiu os guerrilheiros de origem árabe que haviam entrado no Irã em direção a seus países", afirmou Asefi, sem identificar os países.
"Verificar se pertencem à Al Qaeda ou qualquer outra informação é de responsabilidade desses países", concluiu.
Faisal disse em entrevista que autoridades sauditas haviam viajado ao Irã em maio passado para interrogar os combatentes da Al Qaeda, envolvida nos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono em 11 de setembro.
"Nós pedimos (aos iranianos) para nos entregarem os combatentes detidos, e eles o fizeram", disse Faisal ao "Post". Afirmou também que o Irã permitiu a transferência sabendo que toda informação obtida por meio de interrogatórios seria repassada aos EUA. "O Irã não cooperou apenas com a Arábia Saudita no conflito no Afeganistão, mas também em larga medida com os EUA", afirmou Faisal.
O "Post" diz na reportagem que Faisal sugere que o Irã trabalhou diretamente com os EUA para combater a Al Qaeda, mas se recusou a dar detalhes: "O Irã e os EUA podem falar por si mesmos sobre quanta cooperação houve entre eles".
Mas o senador republicano Fred Thompson, membro do Comitê de Inteligência do Senado, relativizou a reportagem. "Isso serve aos objetivos dos sauditas e dos iranianos", afirmou.
Incluído pelo presidente dos EUA, George W. Bush, no "eixo do mal" -juntamente com Coréia do Norte e Iraque-, o Irã negou veementemente as acusações dos EUA de que estivesse acobertando combatentes da Al Qaeda foragidos do Afeganistão.


Com agências internacionais


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