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Henry Sobel
elogia escolha
da Redação
O arcebispo palestino Pierre
Mouallem é "muito moderado e
muito equilibrado em suas colocações", de acordo com o rabino
Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita
Paulista e coordenador da Comissão Nacional de Diálogo Religioso
Católico-Judaico, órgão da CNBB.
Sobel conversou com a Folha,
por telefone, da Noruega, onde
participa da Conferência sobre Liberdade de Religião e Crença, que
foi inaugurada ontem, em Oslo.
"De acordo com minhas informações, ele certamente não é contra Israel. Eu o achei muito moderado, muito equilibrado em suas
colocações", disse Sobel.
Segundo o rabino, o arcebispo é
um homem "que sempre achava
importante voltar à mesa de negociações", referindo-se ao processo de paz entre Israel e os palestinos, estagnado há mais de um ano.
"Não é contra o governo de Israel. É uma posição a favor da paz.
Ser pró-palestino hoje não implica
ser contra Israel. Ser pró-Estado
palestino, garantindo a segurança
de Israel, é uma posição perfeitamente moderada, com a qual muitos judeus se identificam."
Para Sobel, o fato de Mouallem
ter participado do Congresso Judeu-Cristão "fala por si". Segundo ele, o arcebispo palestino se revelou um homem "muito compreensivo e muito aberto".
"Eu, pessoalmente, tenho relações bastante cordiais com ele.
Conheço-o há muitos anos por
meio da CNBB. Independentemente disso, creio que a nomeação de um bispo para determinada
diocese é assunto interno do Vaticano. Se nem o clero católico se dá
ao direito de questionar publicamente os critérios da Santa Sé, seria muita ousadia da parte de um
rabino opinar a favor ou contra."
Sobel acredita que a interferência israelense não deve abalar o
diálogo entre o Vaticano e Israel.
Os dois países mantêm relações
diplomáticas desde 29 de dezembro de 1993. "Israel lutou por isso.
O Vaticano quer fazer parte do
processo de paz. Quer garantir os
interesses católicos. Chegamos a
um ponto sem retorno."
(PDF)
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