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Pais buscam alunos mais cedo em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Pais de alunos de escolas de São
Paulo, Rio e Brasília correram aos
colégios ontem para pegar os filhos, assustados com os ataques
terroristas nos Estados Unidos.
Em São Paulo, a diretora da escola infantil Início, Mirian Apple,
localizada no Morumbi, afirma
que dez mães avisaram que buscariam os filhos antes do final da
aula porque estavam apavoradas
com os atentados.
A artista plástica Anete Berliner
foi uma delas. Ela afirma que logo
que ouviu as primeiras notícias na
TV foi tomada por uma sensação
de angústia, e só se acalmou
quando buscou o filho Theo, 5, na
escola. "Pode parecer neurose,
mas queria ficar perto dele."
Na escola britânica Saint Paul,
no Jardim Europa, dezenas de
mães aflitas aguardavam os filhos
ontem à tarde. A médica Cinthia
Abdala, 39, dizia-se chocada com
as notícias. "Pensei na minha filha
o tempo todo."
Na Escola da Vila e no colégio
Santa Cruz, também em São Paulo, os alunos do ensino médio foram liberados para assistir ao noticiário pela TV.
Em Brasília, a Escola Americana
dispensou os alunos. No Rio, as
aulas da escola americana "Our
Lady of Mercy", em Botafogo, e
na Escola Americana da Gávea
(ambas na zona sul) também foram suspensas hoje.
O diretor da escola "Our Lady of
Mercy", Charles Lyndaker, afirmou que conversou ontem apenas com os alunos mais velhos,
deixando que os pais explicassem
a tragédia às crianças mais novas.
O diretor de pais da Escola Israelita Eliezer Steinbarg, Marcio
Reznik, diz que alguns pais se precipitaram e foram buscar os filhos
mais cedo.
Sinagogas e empresas
A segurança foi reforçada em
todas sinagogas, clubes e demais
entidades da comunidade judaica
no país- estimada em 150 mil
pessoas, 80 mil no Estado de São
Paulo.
Até o final da tarde de hoje também estão suspensas todas as atividades comunitárias de judeus.
Segundo o presidente da Federação Israelita do Estado de São
Paulo, Natan Berger, serão mantidos os eventos religiosos.
O presidente do rabinato da
Congregação Israelita Paulista
(CIP), Henry Sobel, disse nunca
houve segurança tão ostensiva em
frente à sede da entidade, que
conta com 12 mil associados.
Os prédios do Citybank e do
Banco de Boston, na avenida Paulista, e o Chase Manhattan, na
avenida Faria Lima, foram esvaziados ontem.
As assessorias de comunicação
dos bancos americanos negaram
a retirada de emergência dos funcionários e afirmavam que os
bancos operavam normalmente.
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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