São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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Pais buscam alunos mais cedo em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

DA SUCURSAL DO RIO

Pais de alunos de escolas de São Paulo, Rio e Brasília correram aos colégios ontem para pegar os filhos, assustados com os ataques terroristas nos Estados Unidos.
Em São Paulo, a diretora da escola infantil Início, Mirian Apple, localizada no Morumbi, afirma que dez mães avisaram que buscariam os filhos antes do final da aula porque estavam apavoradas com os atentados.
A artista plástica Anete Berliner foi uma delas. Ela afirma que logo que ouviu as primeiras notícias na TV foi tomada por uma sensação de angústia, e só se acalmou quando buscou o filho Theo, 5, na escola. "Pode parecer neurose, mas queria ficar perto dele."
Na escola britânica Saint Paul, no Jardim Europa, dezenas de mães aflitas aguardavam os filhos ontem à tarde. A médica Cinthia Abdala, 39, dizia-se chocada com as notícias. "Pensei na minha filha o tempo todo."
Na Escola da Vila e no colégio Santa Cruz, também em São Paulo, os alunos do ensino médio foram liberados para assistir ao noticiário pela TV.
Em Brasília, a Escola Americana dispensou os alunos. No Rio, as aulas da escola americana "Our Lady of Mercy", em Botafogo, e na Escola Americana da Gávea (ambas na zona sul) também foram suspensas hoje.
O diretor da escola "Our Lady of Mercy", Charles Lyndaker, afirmou que conversou ontem apenas com os alunos mais velhos, deixando que os pais explicassem a tragédia às crianças mais novas.
O diretor de pais da Escola Israelita Eliezer Steinbarg, Marcio Reznik, diz que alguns pais se precipitaram e foram buscar os filhos mais cedo.

Sinagogas e empresas
A segurança foi reforçada em todas sinagogas, clubes e demais entidades da comunidade judaica no país- estimada em 150 mil pessoas, 80 mil no Estado de São Paulo.
Até o final da tarde de hoje também estão suspensas todas as atividades comunitárias de judeus. Segundo o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Natan Berger, serão mantidos os eventos religiosos.
O presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista (CIP), Henry Sobel, disse nunca houve segurança tão ostensiva em frente à sede da entidade, que conta com 12 mil associados.
Os prédios do Citybank e do Banco de Boston, na avenida Paulista, e o Chase Manhattan, na avenida Faria Lima, foram esvaziados ontem.
As assessorias de comunicação dos bancos americanos negaram a retirada de emergência dos funcionários e afirmavam que os bancos operavam normalmente.

Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online


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